Qual resposta para isto?
Publicado 19/11/2011 às 19:46
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.”
Obrigada, Paulo, por seu comentário. Em tempos de espancamentos e assassinatos de gays na avenida paulista, o esvaziamento de sentido está também no nosso silêncio. Abraços,
Obrigada, Julio, por seu comentário. Acredito mesmo no poder das perguntas. Espero que o medo não nos paralize, pois estas pessoas perderam de vez o pudor de manifestar seus “desejos”. Abraços,
Talvez a resposta esteja no esvaziamento de sentido e propósito da própria existência humana. Por isso, muita gente anda procurando no passado, sentidos para dar vazão à sua agressividade, violência ou simplesmente ignorância contidas.
Entre a Dr. Arnaldo e a Heitor Penteado tinha uma outro dia: “Brasil Nazista”. Só que não era crítica, era desejo mesmo. Foda. Tem gente sentindo na pele, e infelizmente não só não temos respostas para o problema (para além das gangues punks, que acreditam na violência como solução, o que é discutível mas não deixa de ser uma resposta) como vejo pouca gente fazendo as perguntas. Que bom que temos posts como esse.
SeuZé, não entendi seu comentário. Em todo caso, agradeço o elogio ao post. Abraços, Juliana
Olá Paulo Cezar, obrigada por seu comentário. De fato, há divergencias sobre a autoria do poema, decidi colocar como sendo do Maiakovski porque achei mais referencias a ele do que ao Eduardo, e não consegui confirmar nem um nem outro na minha pesquisa. Mas fica registrado! Abraços, Juliana
Perfeito. Gostaria muito de ter pensando neste post. Diga-me, você sendo feminista, é também feminina? Ou esta pergunta é também sem resposta?
Tirando o reparo, gostei da associação que você faz entre o poema e as figuras. Um poema, uma obra de arte, um pensamento manifestado vale e pena quando nos leva a refletir assim sobre o que nos cerca.
Só um reparo: esse poema não é de Maiakovski. É de Eduardo Alves da Costa, e faz parte de um livro deste autor chamado “No Caminho, com Maiakovski”. Há pelo menos uns 30 anos muita gente vem cometendo esse equívoco de atribuir os versos ao poeta russo. Aliás, um equívoco tão difundido quanto aquele que atribui a Jorge Luis Borges aquele texto tão repetido em que o autor lamenta nunca ter vivido pra valer, sempre ter preferido os livros etc. etc.