A fadinha das expectativas é mesmo de faz-de-contas

Pessimismo atinge 64% do empresariado. Índices que medem insatisfação com a vida e medo do desemprego são os maiores em 20 anos. Enquanto economia desmorona, austericidas creem que tudo se resolverá pela mágica fajuta do livre mercado…

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Em sua coluna na FSP, Vinicius Torres Freire comenta a evolução do Índice de Satisfação com a Vida (ISV) e do Índice de Medo do Desemprego (IMD), apurados pelo Ibope.

O primeiro “nunca foi tão baixo por tanto tempo desde (…) 1996”; o IMD “flutua nos níveis mais altos em 20 anos”.

Os austericidas pregam (e, talvez, até creiam) que a mudança desse quadro desolador será fruto exclusivo das “expectativas dos capitalistas” tangidas por uma inefável fada-madrinha, jamais de qualquer ação concreta, material, racional, comandada pelo Estado.

Felizmente erram rude, porque se só da fadinha dependêssemos para sair do pântano, nele estaríamos afundando já para além do pescoço e sem qualquer esperança de livrar os narizes.

“A confiança empresarial e dos consumidores medida pela FGV parou de piorar em junho, mas vai tão mal quanto no início de 2018. A ansiedade é maior entre micro e pequeno empresários da indústria, segundo pesquisa Datafolha para o sindicato paulista do setor, o Simpi.

“Em junho de 2018, 76% desses empresários acreditavam que a ‘crise ainda é forte, afeta muito os negócios, e não dá para prever quando a economia vai voltar a crescer’.

“Com a eleição, o ânimo melhorou. Os pessimistas eram apenas 32% em fevereiro. Em maio, voltavam a ser espantosos 64%. A expectativa de demissões voltou a crescer. Sacolejo semelhante de opinião também ocorreu no mercado financeiro.”

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