China: Para compreender este dragão digital
Contra o avanço das big techs, Pequim integra dados, algoritmos, IA e planejamento para criar um ecossistema soberano e fornecer soluções baseadas no Comum. Curso busca decifrar efeitos – do panorama da revolução tecnológica chinesa à suas implicações globais
Publicado 02/12/2025 às 16:29 - Atualizado 02/12/2025 às 16:31

Em meio à crise das democracias liberais e ao domínio das Big Techs sobre dados e informações, a China se tornou o principal polo de resistência e reinvenção tecnológica do século XXI. Enquanto o Ocidente lida com os efeitos da financeirização e da captura corporativa do espaço digital, o Estado chinês constrói um ecossistema soberano, no qual dados, infraestrutura e inovação são tratados como bens públicos estratégicos.
No mundo contemporâneo, o Big Data é o novo petróleo, o recurso mais estratégico do século XXI. Compreender como a China estruturou sua revolução tecnológica é essencial para decifrar as disputas econômicas, políticas e geopolíticas que moldam o futuro global.
“A disputa tecnológica é o eixo central da geopolítica contemporânea. A ascensão chinesa desloca o centro de poder mundial e altera a correlação de forças. Com isso, Pequim impulsiona a Belt and Road para forjar uma nova globalização a partir do Sul Global”, explica Diego Pautasso. Já Isis Maia complementa: “Ao integrar dados, algoritmos e planejamento, a China inaugura uma nova forma de racionalidade socialista — um socialismo digital, capaz de articular tecnologia, Estado e inclusão social em uma mesma arquitetura de poder”.
O curso combina análise teórica e estudo empírico, oferecendo um panorama abrangente da revolução tecnológica chinesa e suas implicações globais. A primeira aula apresenta o suporte conceitual — Estado desenvolvimentista, políticas de inovação, capacidades estatais e papel do Estado na economia digital. As seguintes exploram o ecossistema digital soberano da China, da construção da infraestrutura (os “Golden Projects”) à consolidação do Great Firewall, do uso do Big Data e da Inteligência Artificial na governança pública à regulação das plataformas e formação de empresas nacionais como Huawei, Tencent e Alibaba. O ciclo se encerra com uma análise da disputa sino-americana pela hegemonia tecnológica, discutindo chips, 5G, IA e a Digital Belt and Road, além dos efeitos dessa reconfiguração sobre a América Latina e principalmente Brasil.
Programa do curso
● Aula 1 – Estado, inovação e desenvolvimento: bases teóricas da revolução tecnológica (9 de dezembro)
● Aula 2 – Do “Great Firewall” ao dragão digital: a construção de uma soberania tecnológica (11 de dezembro)
● Aula 3 – O cérebro do Estado: Big Data, IA e a nova racionalidade da governança chinesa (16 de dezembro)
● Aula 4 – Tecnologia e poder global: a nova geopolítica e o a nova geopolítica e o socialismo do século XXI (18 de dezembro)
Curso: China: o Dragão Tecnológico
Datas: 9, 11, 16 e 18 de dezembro de 2025
Horário: 19h às 22h
Formato: Online, síncrono e gravado (Hotmart)
Certificação: Inclusa – acesso por 1 ano às aulas gravadas
Realização: Fios de China
Professores: Isis Paris Maia e Diego Pautasso
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