Data Centers: O Brasil sem um plano estratégico
Sérgio Amadeu aponta: projeto de Haddad para os data centers favorece corporações estrangeiras. Há alternativa soberana
Publicado 14/05/2025 às 19:13 - Atualizado 28/05/2025 às 17:48
O Brasil vive um boom na instalação de data centers, peças-chave da infraestrutura digital global. Bilhões em investimentos são anunciados, impulsionados pela crescente demanda por nuvem, inteligência artificial e pelo apetite insaciável das big techs. Mas, por trás da euforia do mercado e dos acenos governamentais com incentivos fiscais, reside uma questão crucial: o país possui, de fato, uma estratégia soberana para lidar com essa expansão e seus profundos impactos?
Essa é a provocação central lançada por Sergio Amadeu, sociólogo e pesquisador referência em cultura digital e tecnopolítica, em entrevista instigante ao programa Outra Manhã, do Outras Palavras. Amadeu desconfia da narrativa que celebra acriticamente a atração de capital externo como solução única. Ele questiona a aparente ausência de um plano nacional que vá além de facilitar a instalação física dessas estruturas, alertando para os riscos de aprofundar a dependência tecnológica e submeter o futuro digital brasileiro aos interesses de poucas corporações globais.
Enquanto outras nações impõem regras mais rígidas sobre dados e soberania digital, o Brasil parece seguir um caminho de menor regulação, confiando na “mão invisível” do mercado para guiar um setor estratégico. Quais as implicações disso para a privacidade, a segurança nacional e o desenvolvimento tecnológico autônomo? Estamos construindo catedrais digitais em solo nacional, mas entregando as chaves para o exterior?
Para aprofundar essa reflexão fundamental sobre os rumos da infraestrutura digital no Brasil e compreender as críticas detalhadas de Sergio Amadeu sobre a falta de um projeto estratégico nacional para os data centers, assista à entrevista completa no vídeo acima. Uma análise indispensável para quem busca entender as disputas geopolíticas e econômicas que moldam nosso presente e futuro digital, para além da superfície.
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