OutrasPalavras

Jornalismo de Profundidade e Pós-capitalismo

Governo e empresas correm para selar “acordo de reparação” sem ouvir as vítimas. Temem julgamento internacional que ocorre em Londres. Há quase uma década, processo é marcado por desvios de fundos rescisórios e não responsabilização por crimes

Passados sete anos de um dos maiores desastres socioambientais do país – e do soterramento de 270 pessoas – prazos para desativar barragens que ameaçam novo mar de lama foram desobedecidos. Atingidos seguem à espera de reparação

Em áudio vazado, advogada da Fundação Renova faz ameaças e sugere estar em conluio com juiz, para impedir protesto de atingidos. MPF denuncia ação orquestrada para dificultar indenização às vítimas da lama, já homologados na justiça

É a terceira vez que a Renova, criada pela mineradora para reparar danos do mar de lama de 2015, descumpre obrigação de reassentar famílias. Apenas 3% das obras entregues. Ministério Público já pede que fundação seja extinta

Desabamento de parte de estrutura alerta a população de Jacobina, no interior do estado. Região registrou dez tremores entre dezembro e fevereiro deste ano, mas empresa apresenta “estudos” segundo os quais o local é seguro

Reparação do crime socioambiental que matou 270 teve valor reduzido em quase RS 20 bilhões. Acordão privilegia governador de MG e destina parte do montante para obras sem relação com a tragédia. Atingidos foram ignorados no processo

Cinco anos após rompimento de barragem que matou 19 pessoas e devastou vilarejos, mineradora retoma atividade sem assumir nenhuma culpa no crime. Centenas seguem desalojados. Junto o novo acúmulo de rejeitos, a velha falta de fiscalização

Cidades próximas a barragens vivem insegurança sob risco de novos acidentes, enquanto empresas devem R$ 8,6 bi só de débitos irregulares sobre impostos à União. Conheça os empresários, herdeiros, políticos e grupos estrangeiros por trás

Sob Bolsonaro, número de represas de detritos sem estabilidade dobrou. Orçamento da agência reguladora teve corte inicial de 40%, e deve cair mais. Mesmo quando há fiscalização, é desrespeitada. Legislativo também ignora problema iminente

Fundação de pesquisas de Minas calcula: é preciso R$ 54 bilhões para minorar danos sociais e ambientais. Mineradora quer pagar menos da metade, e oferece, como “contrapartida”, obras cosméticas em Belo Horizonte