OutrasPalavras

Jornalismo de Profundidade e Pós-capitalismo

Dois erros foram centrais para produzir avaliações negativas do governo. Apesar de sucessivos alertas de economistas, Haddad fixou uma meta de inflação que levou à alta dos juros. E paralisia do governo, diante da alta do dólar, contribuiu para forte aumento dos preços

Crescimento, bem acima do que esperavam os analistas “de mercado”, mostra papel multiplicador dos salários e a possiblidade de reconstruir a indústria. Mas também expõe a enorme regressão produtiva, depois de quatro décadas de neoliberalismo

Economista foi contundente na defesa do desenvolvimento com justiça social. Abominava tecnocratas e criticou com veemência ajustes fiscais no governo Lula 1 e gracejos ao mercado: “ninguém come PIB”, dizia. Ministro poderia se espelhar em suas lições…

Ministro faz coro ao catastrofismo da banca diante do “rombo” fiscal de 2023: 2,1% do PIB. Mas esquece que gastos primários injetam recursos na sociedade – e, se cortados, o crescimento econômico seria pífio. Austeridade é o real vilão e deve ser revista

Industrialização tardia. Recursos naturais. Mercado interno gigantesco. No século XX, estes fatores e submissão das elites conferiu ao país o status de “semicolônia”, ao contrário de seus vizinhos. Agora, é preciso rever nosso lugar na América Latina

Lula anuncia forte investimento para alavancar a indústria, setor essencial para dinamizar a economia e reduzir a dependência externa. Mas para gerar empregos qualificados será preciso trabalhar a longo prazo – e operar uma virada tecnológica

Pesquisa Focus, onde a nata do financismo justifica juros altíssimos, já prevê uma redução cosmética. O motivo parece ser o choque de realidade: contra suas previsões, medidas de Lula contribuirão para que o PIB deste ano não seja tão trágico…

Assim como na segunda metade do século XIX, país fecha os olhos às transformações e acomoda-se à mediocridade. Joaquim Nabuco estudou o fenômeno de forma pioneira, mas foi Saramago quem o expôs, com a lâmina aguda da literatura

A “austeridade” fiscal terá de ser superada. O Centro Brasileiro de Estudos de Saúde apresenta proposta de reforma que aponta caminhos para garantir os recursos necessários para realizar o SUS previsto na Constituição de 88

Economista Eduardo Costa Pinto aponta: em meio ao empobrecimento dos trabalhadores e da classe média, lucros das maiores empresas cresceram 22%. Redução dos salários é o principal fator: elas desistiram da tecnologia e apostam na chibata