Com linguagem sofisticada, filme adquire também uma dimensão metafórica. Nas cenas de escuridão, sob o capuz ou as cortinas de casa fechada, revela-se a clareza da ditadura. E na revelação de seu sequestro, a turva possibilidade de ver o corpo do ex-deputado
Documentário vencedor do Oscar, não é um filme de guerra usual. Traz imagens e narrativas de vidas luminosas na Cisjordânia. Mostra que sempre haverá uma aldeia a ressurgir das cinzas; a relançar as vozes, os corpos, arte e língua de um povo que resiste e se reinventa
Sem pertencer às vanguardas da forma ou reduzir-se a filme-panfleto, obra de Walter Salles tem forte carga política, mas liga passado e presente por meio de um nó: o da história íntima. E a plateia sente um pouco de tudo: o choro, a fúria, esperança, aplauso e memória
Apesar das várias polêmicas, o filme agradou a muitos. Mas é desconjuntado: além das “caricaturas” de questões culturais e de gênero, obra trilha numa mescla mambembe de estilos cinematográficos, sem assumir plenamente esta opção. O efeito: a simplificação estética