À época, apego do então prefeito de São Paulo a razões de planilha voltaram contra a esquerda um movimento por transporte público mais barato. Onze anos depois, a mesma atitude pode radicalizar movimento grevista e corroer apoio ao governo Lula

Precisamos de um governo de briga e pelo qual briguemos com fúria, gosto, disposição, desprendimento e sacrifício, como nos velhos tempos de luta pelo socialismo e contra a ditadura. E os lutadores precisamos nos concentrar, ter lado, cerrar fileiras no que é essencial

Presidente é um moderado com raízes de classe. Dentro de limites calculados, surpreende. É preciso pressão popular para que ele inicie profundas reformas e seja ponto de apoio na luta antifascismo. Excesso de prudência pode ser fatal: é hora do giro à esquerda

Num país devastado, presidente precisa encarar a ultradireita, a direita tradicional, os fisiológicos e os militares. Sem vocação para o confronto, busca acordos e alianças. O risco é descaracterizar-se, como num poema de Fernando Pessoa

Uma reunião ministerial – fictícia; ou nem tanto? O momento é delicado, diz a Casa Civil. A ordem é cuidado. O mercado prefere tomar conta do país sozinho. Se nos metermos a governar, o governo pode entrar em crise. Vocês querem o caos?

Queda da popularidade de Lula é sintomática. Acuado pelo centrão, ele insiste na despolarização, sem oferecer novos horizontes. Mas a reconstrução do país não virá sem enfrentar a velha política. Estimular a cidadania ativa e mídias democráticas são essenciais

Crescem sinais de “privatização camuflada” do banco público. Atual administração, indicada pelo deputado, quer separar loterias para em seguida vendê-las. Entrega poderia desviar mais de R$ 9 bi, hoje destinados a políticas sociais

Programa que leva cuidados de saúde bucal aos brasileiros completa duas décadas em momento de reconstrução. Ele surgiu da luta do movimento sanitarista, passou por períodos de forte desmonte e hoje volta, enfim, a receber financiamento digno

Na crise envolvendo a “retenção” de dividendos, um buraco maior. Direção da estatal reprime investimentos, para favorecer os acionistas. Privados, em sua maioria, eles recebem valores insustentáveis, em total discrepância com outras grandes petrolíferas

Problemas da caserna não se resumem ao golpismo. Mas a reforma necessária não virá dos generais. Cabe a Lula enfrentar a ideia do “inimigo externo”, garantir subordinação ao poder civil e iniciar investimentos tecnológicos modernizadores