“Tarifaço” impactará a balança comercial – e exige que o governo deixe a letargia. Se isso ocorrer, haverá oportunidade para desacomodar o Brasil, hoje dependente da exportação de commodities, e impulsionar a reindustrialização
Na indústria, um setor chave, acordo pode devastar produção nacional, pois europeus contam com juros baixíssimos e políticas de estímulo. Agronegócio brasileiro avançará – por ser mais devastador, social e ambientalmente. A quem interessa esta troca tão desigual?
Celebrado por neoliberais e governo, compromisso aprofunda desindustrialização do país, limita políticas públicas e agrava nossa condição primário-exportadora. Vale examiná-lo – e torcer para que suas contradições internas o inviabilizem
Não foram os juros altíssimos que fizeram a inflação cair, como insiste o presidente do BC. Nem políticas robustas de Lula. Mas a elevação dos preços das commodities. Notícias são boas, mas insuficientes. Mudança exigirá um projeto de futuro
Setores tradicionais pouco contribuirão para reconstruir o país. Para suplantá-los e atualizar estrutura produtiva, Lula precisa apostar em novo projeto de nação. Ele inclui a indústria digital, a distribuição de renda e sustentabilidade
Modelo agrário-exportador promete riqueza nova, mas expande-se através de fome, precarização e desmatamento. Em nome das cadeias globais de valor, dizimam-se povos como os yanomamis e mantém-se lógica hostil à natureza e ao trabalho
Sudeste perde participação relativa no PIB e Centro-Oeste e Norte emergem como novo centro dinâmico. Crescimento baseia-se no agronegócio exportador, com complexidade pífia – e deixa país vulnerável às demandas e decisões externas
Modo de vida dos brasileiros tem se alterado de acordo com seu principal parceiro comercial. Com a Inglaterra, proliferou a cultura urbana; com os EUA, a consumista. Resta saber agora o que virá no bojo da era digital, marcada por produtos chineses
Breve radiografia do setor nos últimos 20 anos. Pouco mudou: o grosso da produção nacional é exportado, sem qualquer manufatura. China e EUA são os principais compradores. Riquezas se esvaem; o impactos ambientais ficam