Encerramento da mobilização em Brasília foi marcada por violência policial, ausência de Lula e nenhum avanço na demarcação de terras. STF e Congresso negociam o “marco temporal” sem voz indígena. Próximo passo: comissão exige escuta decisiva na COP30
Recente operação policial em território que aguarda homologação resultou em prisões e tumulto, com uso de armas letais. Há sinais de retaliação ruralista à luta pela retomada indígena de suas terras. Enquanto o governo federal adia demarcações, aldeias sofrem novas ameaças
Na 21ª edição da maior mobilização indígena no país, objetivo é articular a aliança dos povos para influir na Cúpula em Belém. Demarcação de terras precisa ser vista como meta climática – e o retrocesso do “marco temporal”, exposto ao mundo
Maurício Terena, advogado da Articulação dos Povos Indígenas, questiona uma escolha política do STF: reabrir debate sobre “marco temporal”, já rechaçada pela Corte. Em meio a escalada de violência, política de demarcação de terras pode sofrer alterações que prejudicam os povos
Em comissão de “conciliação”, Gilmar Mendes propõe medidas que podem levar à expulsão de povos em conflito com invasores. A justificativa seria uma compensação no lugar da demarcação de terras. Mas prática foi banida na Constituição de 1988
Ministro Gilmar Mendes mantém “mediação” com ruralistas após a articulação indígena retirar-se em protesto. Três juristas explicam por que a condução do processo é “legalmente incabível” e criticam as regras polêmicas impostas pelo Supremo
Força tarefa do governo chega a MS para regularizar territórios, em resposta à escalada de violência dos ruralistas em meio a conciliação improvável. Ameaças não cessam – nem a luta arrefece. E, agora, todo o apoio é necessário
Quando o Estado não age, os povos originários recuperam, eles próprios, seus territórios ancestrais. Como funciona esta estratégia, que sofre ataques pesados de ruralistas e jagunços, no MS e Bahia? Qual o papel das mulheres nas ações no Paraná?
“Marco temporal” retorna à pauta do STF, sob o tom “conciliação”. Enquanto isso, não há paz aos indígenas: jagunços atacam e deixam dez gravemente feridos. Conflito se arrasta por década, acirrado com a paralisação de demarcação de terras ancestrais
Terra indígena foi homologada, há 16 anos, após grande pressão nacional. Mas ameaças não cessaram. Sem aporte oficial, aldeias se uniram para criar um sofisticado grupo de vigilância. Hoje, garantem proteção ambiental e segurança em assembleias