Baseado na obra do escritor beat William S. Burroughs, Queer mostra um homem refugiado que, entre bares e becos, procura parceiros sexuais. Com um deles, inicia jornada pela selva — em busca da ayahuasca, dos limites do corpo e de outros modos de perceber a realidade
Homenageado na Mostra Internacional de SP, cineasta indiano foi na contramão de Bollywood. Viu nisso uma resistência cultural a partir da intrínseca relação humano-Natureza. E abordou a miséria do país de forma crítica, sem romantismos ou clichês de tristeza
Beetlejuice, a fábula do pós-vida de Tim Burton retorna como uma feroz comédia autoirônica. Sátira atinge um pouco de tudo: o turismo descerebrado, o mercado de arte, a insanidade da internet – numa estética do excesso e da fantasia exacerbada
Orlando, novo filme de Paul Preciado, mostra a atualidade da obra homônima da escritora. Por meio de relatos de trans, e com olhar marxista, mostra uma visão não-binária de invenção de mundos e vidas, onde a palavra cria o corpo e o corpo cria a palavra
Mostra exibe, em SP, filmes da dupla de diretores Glenda Nicácio – Ary Rosa. Neles, coexistem beleza e trauma, poesia e violência. Sempre com inovações formais instigantes e a opção por levar à tela o drama e a força dos não escolhidos
Em O sequestro do papa, o rapto de uma criança de origem judaica pelo Vaticano remonta ao ocaso dos Estados Pontifícios em uma Itália anterior à unificação. Pungente, questiona a crença e o poder, com voos poéticos na iconografia macabra da igreja católica
Filme é corajoso ao “transplantar” as veredas da história de Riobaldo e Diadorim para uma favela distópico-futurista, onde jagunços são milicianos. Porém, parte da poesia roseana se perde numa linguagem de “tiro, porrada e bomba”
Em Jardim dos desejos, homem tenta apagar seu passado de supremacista branco ao relacionar-se com garota negra, enquanto é atormentado por suas memórias. Filme perde-se no didatismo, mas ganha força quando confia no poder de suas imagens