?️ Sanfona e zabumba pra comemorar o 1º de Maio
Uma seleção vibrante de forrós que mostram a resistência dos trabalhadores nordestinos. De Luiz Gonzaga a Ary Lobo, a angústia do desemprego, a seca, os sonhos de quem espera o pau de arara e um conselho potente: não assanhem o formigueiro
Publicado 30/04/2020 às 16:19 - Atualizado 30/04/2020 às 19:19
Ouça esse podcast especial do Dia do Trabalhador, com a playlist completa
Nesse primeiro de maio, muito atípico em meio à pandemia, não podemos estar nas ruas junto aos nossos companheiros de luta e militância. De todo modo, não podemos deixar de dispor desse dia como um momento de reflexão, lembrar e reafirmar que nossos direitos foram conquistas históricas de muita resistência, luta e enfrentamento da classe trabalhadora, que muitas vezes, nos custaram vidas e prisões. Hoje é dia de relembrar essas lutas e refletir sobre as que estão por vir.
Esta playlist é uma pequena seleção de musicas de forró dos anos 60, 70 e 80. O forró, para muito além das letras românticas, tem musicas belíssimas que firmam seu lugar de resistência, do lado da classe do trabalhador urbano, com melodias lindas e o ronco forte e suave do acordeon. Tem homenagem de Luiz Gonzaga aos bancários e a denuncia da seca no nordeste; Ary Lobo cantando os sonhos das famílias dos vendedores de açaí, relatando a resistência até o ultimo pau de arara para sair do sertão do Cariri; tem o lema “quem não pode com a formiga, não assanha o formigueiro” musicado pelo grandioso Jacinto Silva; Os Moreninhos do Nordeste narrando a vergonha de passar seu endereço ao pedir emprego, entre outras. Homenagem àqueles que tem e tiveram seus corpos restringidos e alineados à acumulação do capital que assola tantas vidas.
Ouvir essa seleção de musicas pode ser o abraço forte com sorriso no rosto que não podemos dar hoje nos nossos companheiros amigos. Então, um pouco de musica nordestina que nos resgata a alegria e a força desse trabalhador, para mantermos a chama da luta acesa dentro de nós.
Seguimos cantando, resistindo, dançando, lutando… sonhando.
Confira:
1-Vendedor de Caranguejo – Ary Lobo (1964)
2-Reforma Agrária – Dió Araujo (1979)
3-O Trabalhador – Jackson do Pandeiro
4-A mulher do meu patrão – Luiz Gonzaga (1974)
5-Pisa Maneiro – Jacinto Silva (1967)
6-O ultimo pau de arara – Ary Lobo (1964)
7-O meu endereço – Os Moreninhos do Nordeste (1980) [Sem vídeo no Youtube, mas ouça em nosso podcast]
8-Vozes da Seca – Luiz Gonzaga (1982)
9-Dona Fortuna – Marinês (1961)
10-Ê Cariri – Osvaldo Oliveira (1965)
11-Vendedor de Açaí – Ary Lobo (1964)
12-Sou do Banco – Luiz Gonzaga (1980)
13-Eu quero trabalhar – Os Moreninhos do Nordeste (1980) [Sem vídeo no Youtube, mas ouça em nosso podcast]
14-Eu vou pegar metro – Cátia de França (1979)
15-Rojão Nacional – Genival Lacerda (1961)
Eu recebi de uma amiga e gostei muito, vou compartilhar com meus amigos e grupos que participo.
Ora, prezado articulista. Sanfona, zabumba e forró são para curtição apenas. Protesto? Nem pensar. Trabalhador do norte a sul de leste a oeste do polo norte ao polo sul é povo, e o protesto de povo é feito com zabumbadas, apitadas e requebradas. A falta de discernimento que caracteriza o comportamento do povo não decorre de desinteligência, mas da impossibilidade de usar de inteligência por não lhe ser permitido ter opinião própria uma vez que a opinião dele é fabricada no laboratório do Reis Midas do mundo e inoculada pelos meios de comunicação que convence o povo de que vermelho é azul.