?️ Pandemia: como proteger a população de rua

Despejos e crise inflam o número de sem-teto no país — e governos os abandonam à própria sorte. Apenas ações solidárias não bastarão: é preciso ampla Reforma do Serviço Social, que garanta moradia e construção coletiva da autonomia

[Acompanhe o Tibungo em seu tocador de podcast preferido]

Darcy Costa em entrevista a Rôney Rodrigues, no Tibungo

Segundo o Ipea, o Brasil tinha, em março, 222 mil brasileiros e brasileiras vivendo nas ruas — um crescimento de 140% desde 2012, e o número tende a aumentar com crise econômica e pandemia. Além disso, o aumento dos despejos e reintegrações de posse nos últimos meses, principalmente em ocupações de moradia, também inflam as estatísticas.

Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, a letalidade do vírus entre a população de rua é altíssima, de 10%, devido a saúde debilitada e insalubridade de muitos nessas condições. A nacional, está em 3,3%. Acusados de serem “vetores da covid”, ela sofreu com casos de comida envenenada, agressões e até pessoas incendiadas. Muitos morreram de frio nas calçadas das cidades brasileiras E os que dependiam da coleta de materiais recicláveis se viram sem renda alguma. 

Mas como sobrevivem durante a pandemia os sem-teto? Qual o papel das ações solidárias e do Auxílio Emergencial? Como articular políticas públicas, não apenas para mitigar a situação, mas também para promover justiça social? 

No programa de hoje, o Tibungo recebe Darcy Costa, coordenador do Movimento Nacional dos Moradores de Rua em São Paulo, presente em 13 estados brasileiros, que desde 2005 articula a luta social de quem está nas ruas. Para ele, o vírus revelou a fragilidade das políticas públicas no Brasil, incapaz de socorrer, no dia a dia ou mesmo durante a pandemia, uma grande parcela da população que sobrevive nas sarjetas. Mudar essa realidade, adverte, requererá suor e imaginação no pós-pandemia: intensificar a luta pela Renda Básica e por uma ampla Reforma do Serviço Social no Brasil, que coloque a moradia social ancorada por políticas públicas intersetoriais, como central no processo de autonomia da população em situação de rua. Ficou querendo saber mais? Confira nosso podcast!

Sem publicidade ou patrocínio, dependemos de você. Faça parte do nosso grupo de apoiadores e ajude a manter nossa voz livre e plural: apoia.se/outraspalavras

Leia Também: