Já estão claros os projetos do grande capital para o pós-pandemia. Informalizar tudo; abusar do home office; desarticular a força coletiva dos assalariados; servir-se da multidão desempregada e dos empreendedores que quebrarão

Governo e Congresso relutam. Mas estudo já constatou impacto imediato do Auxílio de Emergência, apesar de mínimo. É preciso ao menos mantê-lo, para evitar explosão de desemprego e garantir milhares de pequenos empreendimentos

Escolas demitem professores em massa — e usam robôs no ensino à distância. Eliminam-se diálogo e debate, essenciais para formação. Bilionários e bancos tentam dominar o ensino – e criar próxima geração de “empreendedores”

No plano político, disputa será entre mais igualdade e poder ainda maior do 0,1%. Ela se refletirá no plano erótico: perpetuando o receio do contato, ou, ao contrário, esgotando o fascínio do online e revalorizando a presença, o beijo e a carícia

Negligência e sabotagem da Saúde — que podem levar a genocídio. Ameaça de formar milícias armadas Há crimes em diversas esferas. Para evitar fuga no exterior, entidades já reúnem evidências para o Tribunal Penal Internacional

Sob ameaça de demissão, rotina de trabalhadoras é mantida, apesar da pandemia. Com creches fechadas, muitas mães levam os filhos. Há contágio pelos empregadores e confinamento forçado. Respeito à vida evitaria casos como o de Miguel

Apesar das semelhanças socioeconômicas, há um abismo no enfrentamento ao vírus. Com lockdown rigoroso e respeito aos protocolos de combte à doença, país tem número de óbitos por milhão de habitantes 12 vezes menor que o Brasil

Faltam respiradores, EPIs, testes. Revela-se o desmonte do Complexo Econômico da Saúde. Começa o debate sobre como reconstruí-lo. Primeiro passo: adaptar fábricas para suprir escassez – e reverter condição subalterna de importadores de tudo

Crise expõe ainda mais as grandes vítimas das cidades segregadas. E os novos hábitos apontam para necessidade das economias de bairro e tecnologia acessível – além da urgência de políticas de habitação e saneamento, que tragam país ao século XXI

Nem as crises sanitárias comovem os neoliberais. Nossas tabelas demonstram: governo retém 60% do orçamento de emergência aprovado pelo Congresso contra pandemia. Falta tudo: do auxílio pessoal de R$ 600 às verbas para hospitais universitários