O homem que plantou uma floresta sozinho
Numa ilha fluvial da Índia, acossada pela mudança climática, um exemplo heroico revela que é possível enfrentar desastres naturais
Por Ingrid Araújo, no Pensamento Verde
Publicado 24/02/2014 às 10:50
Numa ilha fluvial da Índia, acossada pela mudança climática, um exemplo heroico revela que é possível enfrentar desastres naturais
Por Ingrid Araújo, no Pensamento Verde
Dizem que um homem precisa fazer pelo menos uma das três coisas antes de morrer: ter um filho, escrever um livro ou plantar uma árvore. Jadav Payeng, morador de Assam, nordeste da Índia, pelo visto exagerou na terceira opção. Durante 30 anos o indiano plantou o equivalente a 540 hectares ou 800 campos de futebol oficiais, na Ilha de Majuli, no leito do rio Brahmaputra.
A ilha fluvial já sofreu erosões no solo arenoso e 70% dela já ficaram alagados devido aos impactos do aquecimento global que afetaram o rio Brahmaputra. Desde 1979 Payeng se preocupava com a precariedade da Ilha e desde então buscava soluções e apoio do governo local para evitar as enchentes e, principalmente, poupar a vida dos animais.”As cobras morreram no calor, sem qualquer cobertura arbórea. Alertei o departamento florestal e perguntei se eles poderiam plantar árvores lá”, relata o indiano.
A única solução encontrada pelas as autoridades era a de plantar bambu. Sem muito sucesso, Payeng disse que chorou debruçado sobre os animais mortos ao ver as tragédias. “Não havia ninguém para me ajudar. Ninguém estava interessado”, desabafa Payeng. O indiano não se conformou e logo procurou alguma alternativa para transformar a situação.
Payeng começou a cuidar da floresta sozinho plantando árvores e vivendo por muito tempo naquele banco de areia até a vegetação crescer e dar forma a floresta de “Molai Khatoni”. Desde os 16 anos, Payeng cuida da ilha, certa vez ele relatou a um jornal indiano que precisou trazer para a ilha algumas formigas vermelhas e outros animais que serviriam de alimento para conservar a vida da fauna local. “Depois de 12 anos, vimos urubus. As aves migratórias, também, começaram a afluir aqui. Cervos e gado atraíram predadores”, afirmou Payeng.
Para Payeng, a natureza tem uma próspera cadeia alimentar e por isso deve ser protegida pelos seres humanos. A história de Payeng é tão impactante que foi tema de um documentário sobre preservação da natureza. Veja o trailler da história contada pelo diretor Will MacMaster:
Venda do Campo é um presépio Tem 100hc fica na região de Ouro Preto
Um dia me avisaram que estava em chamas incêndio criminoso queimou por 10 dias virou carvão
quando olhei quase morri de tristeza Fechei venda do campo por 20 anos só o que fizemos deixamos o mato crescer Hoje após 30 anos os pássaros voltaram a vegetação está linda
O perigo atual plantar plantas que são diferentes das nossas matas de cerrado O pinus canadense a tudo invade NL
Assim fizemos eu e meu marido, temos 100hc na região de Ouro Preto
A terra foi toda queimada só ficou carvão incêndio provocado Quando vi aquilo quase morri de paixão
Deixamos a terra por conta dela própria 30 anos para a mata se refazer
Agora quando vejo as candeias florirem a mata verde os campos com sua barba de bode me enterneço De repente um perigo para a mata de cerrado os pinhos canadenses ocuparam os meus campos O vizinho os plantou Como é duro ver o natural se mascarando com plantas de outros locais
sensacional