A greve geral na Grécia

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Às vésperas da votação, no Parlamento, do novo pacote de privatizações e corte de direitos, crescem os protestos da sociedade. Embora em maioria, governo pode ser derrotado

No Opera Mundi

Às vésperas da votação, no Parlamento, de um novo e impopular pacote de medidas de austeridade, os gregos organizaram, quarta-feira (15/6) uma nova greve geral de 24 horas, a terceira deste ano. Convocada pelos sindicatos majoritários, a greve teve apoio de funcionários do transporte público e também de jornalistas. Ficam fechados bancos, ministérios, serviços voltados ao público, creches e empresas estatais em vias de privatização.

Os hospitais públicos atenderam apenas casos de emergência, os meios de transporte urbanos foram interrompidos por algumas horas e o comércio em Atenas fechou mais cedo. As exceções desta vez foram as companhias aéreas e os aeroportos, que funcionaram normalmente e permitiram os voos para não afetar o turismo.

Além disso, acontecem duas manifestações no centro de Atenas convocadas pela Confederação Geral de Trabalhadores (GSEE), a União de Funcionários Públicos (Adedy) e o Movimento de Trabalhadores (Pame), filiado ao Partido Comunista. Aos protestos se somaram os “indignados” gregos, que já estão há 21 dias acampados na Praça Sintagma para se manifestar contra o Parlamento, com o pedido de mudança e de que os “ladrões saiam já” do governo.

Os descontentamentos através da internet incentivaram a população a formar uma cadeia humana ao redor do Parlamento, onde está previsto que comece a tramitar o novo acordo de medidas pactuado com a UE e o FMI, à espera de receber um quinto lance de ajuda de 12 bilhões de euros, imprescindível para que o país não quebre no próximo mês.

O último pacote de austeridade com o qual o governo pretende acrescentar 78 bilhões de euros ao saldo das contas do Estado e diminuir o déficit a 7,5% do PIB (Produto Interno Bruto) este ano, compreende privatizações, cortes salariais, fechamento de empresas públicas e aumentos de impostos.

O primeiro-ministro grego, Yorgos Papandreu, corre o risco de o novo pacote de medidas não obter o apoio de parte de seu grupo parlamentar, que conta com 156 das 300 cadeiras da Câmara. Segundo a imprensa grega, em reunião extraordinária dos ministros de Finanças dos países da zona do euro sobre a Grécia nesta terça-feira, ficou claro que os parceiros europeus exigem que o pacote de medidas e as leis pertinentes sejam aprovados pelo Parlamento grego.

 

 

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