Grécia: rumo ao sexto ano de recessão?

Submisso à “troika”, governo propõe Orçamento que reduz ainda mais serviços públicos e direitos sociais. Movimentos articulam protestos

No Esquerda.net

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Submisso à “troika”, governo propõe Orçamento que reduz ainda mais serviços públicos e direitos sociais. Movimentos articulam protestos

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Num país onde, a exemplo dos restantes sob tutela da troika, as previsões orçamentais nunca se confirmaram na prática, o orçamento preparado pelo governo e pela troika antes de apresentado ao Parlamento prevê uma contração do PIB de quatro por cento em 2013 precisamente o ano que, segundo as estimativas e promessas anteriores de governo e prestamistas, deveria ser o primeiro de uma nova era de crescimento econômico.

A Grécia, governada agora pelo bloco central, está submetida a uma recessão superior a seis por cento este ano.

O orçamento prevê que os próximos cortes de despesas deverão atingir 13500 milhões de euros e não 11500 como anteriormente previsto, valor este que suscitou uma onda de manifestações e um dia de greve geral. A aprovação destes cortes é uma premissa para que a Grécia receba um próxima tranche de 31500 milhões euros do empréstimo de 130 mil milhões acordado na Primavera deste ano.

A apresentação do orçamento no Parlamento foi antecedida de uma reunião entre o governo e a troika e também de uma outra entre o primeiro ministro Samaras e a poderosa associação dos armadores, onde se congregam as maiores fortunas do país e cujos titulares são conhecidos pelas isenções e fugas aos impostos. Samaras terá pedido “ajuda” aos armadores.

Uma fonte do Ministério das Finanças citada pelas agências internacionais informou que sete mil milhões de euros, cerca de metade, dos próximos cortes incidirão sobre novamente sobre as reformas, sobre os salários de algumas categorias da administração pública – juízes, professores universitários, polícias e bombeiros – e obtidos através do despedimento de mais 15 mil trabalhadores da administração pública através do sistema de “reforma antecipada”. As receitas fiscais, que têm ficado sempre muito abaixo das previsões, deverão ser de três mil milhões de euros em dois anos.

“O pacote é muito doloroso, mas não há nada a fazer”, limitou-se a declarar o ministro adjunto das Finanças, Christos Staikouras. Cidadãos ouvidos pelas agências internacionais em entrevistas de rua lembraram que em 2009 o governo prometeu “que sairíamos do túnel em 2013 e agora os nossos salários de 1300-1400 euros caíram para 900 e a recessão vai continuar”.

Os sindicatos organizam já novas formas de luta para responder ao orçamento ; o sindicato do grupo público de eletricidade DEI decretou segunda-feira uma greve de 48 horas no setor, que pode ser prorrogável.

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