Suspeita de mpox em Guarulhos não se confirma

• Brasil ainda não tem casos da nova mpox • Faltam funcionários na Anvisa? • Aborto continua a ser negado em SP • Cirurgias oftalmológicas de crianças no SUS • Como vacinar crianças em Gaza? • Índia produzirá vacina contra a cólera •

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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A suspeita de um caso de mpox no Aeroporto Internacional de Guarulhos não se confirmou, informa o G1. No domingo (25/8), a Anvisa foi acionada para avaliar a situação de um passageiro que apresentava sintomas compatíveis com a doença, recentemente declarada uma emergência global de saúde pública pela OMS. Contudo, um exame realizado no Instituto Adolfo Lutz (IAL) identificou que ele na verdade está com varicela, também conhecida como catapora. “O paciente está bem e segue em observação” no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, diz nota da Secretaria de Saúde de São Paulo. Apesar do resultado negativo, o fato de o homem ser um imigrante que espera na área restrita do aeroporto a aprovação de seu pedido de refúgio chamou a atenção para o grande número de pessoas que estão nessa situação em Guarulhos. A Defensoria Pública da União pediu a criação de uma sala de situação que acompanhe as condições desses migrantes e o fluxo de entradas e saídas do país.

Situação complexa na Anvisa

Uma troca de declarações entre Lula e o diretor-geral da Anvisa ilustra o cenário complexo vivido pela autarquia sanitária. Na sexta (23/8), o presidente disse que o órgão deveria “andar um pouco mais rápido” na aprovação de medicamentos, afirmando também que “a gente vai conseguir que ela seja mais rápida e atenda melhor os interesses do nosso país […] quando algum companheiro da Anvisa perceber que algum parente dele morreu” por falta de um remédio que não foi liberado. Frisando que a falta de pessoal na autarquia é o que desacelera o trabalho, Barra-Torres respondeu que “o atual governo federal foi alertado que o número insuficiente de servidores traria impacto direto no cumprimento da missão da agência” e que a fala sobre mortes “entristece, agride, avilta e, acima de tudo, enfraquece a Anvisa”. Na sequência, o Ministério da Saúde emitiu comunicado reconhecendo “o trabalho e a excelência” da Anvisa – mas sem prometer mais contratações.

Ricardo Nunes contra as mulheres de São Paulo

Uma apuração da GloboNews identificou que a Prefeitura de São Paulo segue negando serviços de aborto legal às mulheres paulistanas, descumprindo decisão da Justiça. Vítimas de estupro e abuso sexual que procuraram os hospitais municipais Tide Setúbal, Mário Degni e do Campo Limpo, em três regiões distintas da cidade, receberam  justificativas para a recusa que foram da suposta falta de equipe à (falsa) necessidade de autorização da família para a realização do procedimento em uma mulher adulta. Quando suspendeu ilegalmente o serviço de interrupção de gravidez no Hospital da Vila Nova Cachoeirinha, a prefeitura alegou que a suspensão era “momentânea”. Somados os novos fatos, a gestão Ricardo Nunes (MDB) dá todos os sinais de que pretende ir adiante com sua política fundamentalista de inviabilizar o aborto legal na capital paulista.

Cuidado com a saúde ocular de crianças em alta

O atendimento oftalmológico de crianças no Sistema Único de Saúde (SUS) finalmente retomou os níveis de antes da pandemia da covid-19, indica um levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) divulgado pela Agência Brasil. Segundo a entidade, a rede pública realizou no primeiro semestre de 2024 mais de 1 milhão de consultas de oftalmologia com crianças e adolescentes, superando os números do período equivalente em 2019. No ano de 2020, o Brasil realizou menos da metade desses atendimentos, o que sugere que os cuidados com a saúde ocular foram “severamente afetados pela emergência epidemiológica mundial”. O CBO também calcula que o país deverá fechar 2024 tendo promovido 2,1 milhões de atendimentos oftalmológicos para menores – um recorde para a área.

Em Gaza, novo desafio é distribuir as vacinas contra a pólio

Mais de um mês após a detecção de amostras do poliovírus nos esgotos do enclave e quatro dias após a confirmação de um caso da doença em um bebê, as vacinas da pólio chegaram à Faixa de Gaza. 1,2 milhão de doses foram entregues por um esforço de cooperação entre a UNICEF, a OMS e a UNRWA. As três agências das Nações Unidas pretendem iniciar a imunização de centenas de milhares de crianças palestinas de até 10 anos no sábado (31/8), mas antecipam que será “uma operação muito difícil, cujo sucesso dependerá bastante das condições do terreno”, disse um funcionário da UNRWA ao New York Times. Por isso, elas pedem que um cessar-fogo de pelo menos uma semana seja implementado, para que os trabalhadores da saúde possam vacinar o público-alvo em segurança. Por sua vez, o Ministério da Saúde da Palestina lamentou que o enfrentamento à pólio seja prejudicado pela escassez de água limpa e suprimentos de higiene pessoal em Gaza, situação promovida pelos bombardeios diários de Israel.

Vacina oral para a cólera é anunciada pela Índia

Da Índia, surgiu neste mês a Hillchol, uma nova vacina contra a cólera em tempos de urgente necessidade (e falta) delas. A empresa que desenvolveu o imunizante, uma das maiores do pujante parque farmacêutico nacional indiano, anunciou o êxito do produto em testes e sua aprovação pelas autoridades sanitárias do país. Os objetivos agora são receber a pré-qualificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que facilita sua distribuição para nações mais pobres pelas Nações Unidas, e alcançar a produção de 200 milhões por ano. Atualmente, como explicou Outra Saúde em abril, uma empresa coreana é a única a fabricar vacinas contra cólera – e seu estoque e capacidade de produção estão muito abaixo da crescente demanda, especialmente da África. No Sudão, que vive uma guerra civil, alastra-se um surto da doença. 250 mil casos de cólera já foram registrados no mundo em 2024, enquanto no ano anterior a cifra foi de 166 mil, explica a Reuters.

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