Suicídio entre adolescentes cresce 53 vezes

• Crescimento vertiginoso de suicídios de adolescentes • Saúde pública é tema central as eleições em Fortaleza • Vacinas contra dengue subutilizadas • Vacina contra mpox pré-aprovada na OMS, com promessa de compra • Proteção contra pólio em Gaza •

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A mortalidade por suicídio entre os adolescentes cresce intensamente no Brasil, em ritmo mais acelerdo que nas demais faixas etárias, sugere pesquisa conduzida pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) e publicada como relatório técnico nesta semana. O documento, intitulado, Adolescência e suicídio: um problema de saúde pública, revela que “entre 2000 e 2022, há indicativo de alta da proporção de suicídios em relação ao total de mortes em todos os grupos estudados”, noticiou o Portal Fiocruz. No período estudado, 4,21% dos óbitos de jovens adultos e 3,63% dos óbitos de adolescentes foram associados ao suicídio. Além disso, se já assusta o dado de que os suicídios subiram 6,83 vezes entre os jovens de 20 a 29 anos durante o recorte temporal do relatório, ainda mais alarmante é o fato de que o aumento foi de 53,6 vezes entre os adolescentes. Para os autores, as informações só reforçam “a necessidade de uma abordagem diferenciada” e uma política específica para enfrentar o problema.

Saúde pública polariza eleições

Em diversas cidades do país, a saúde pública está no centro das disputas eleitorais em curso. Como conta o JOTA, esse é o caso da capital cearense, Fortaleza, o quinto município mais populoso do Brasil. A crise do Instituto José Frota (IJF), hospital municipal de 461 leitos que é o maior da cidade, é um dos temas mais abordados pelos candidatos. O equipamento “enfrenta sérios problemas com marcação de cirurgias, atendimento nos corredores, falta de medicamentos e insumos e até o assassinato de um prestador de serviço no hospital”, explica a reportagem. Pouco antes das eleições, o atual prefeito, Sarto (PDT), convocou 76 servidores para atuar no IJF, visando mitigar as críticas dos adversários. O postulante de direita Capitão Wagner (UNIÃO), que entrou para a política comandando um motim ilegal da Polícia Militar, fez da Saúde o primeiro ponto de seu programa eleitoral – e, estrategicamente, se tornou secretário de saúde de um município vizinho no ano passado para ampliar sua credencial na área. Já o nome do PT, Evandro Leitão, tem dado ênfase a propostas como acesso a clínicas populares, expansão da telessaúde e fortalecimento da atenção primária.

Menos da metade das vacinas contra a dengue foram aplicadas

Balanço do Ministério da Saúde aponta que, dentre as doses distribuídas desde fevereiro, apenas 48% das vacinas contra a dengue foram aplicadas no país neste ano. Como noticia a Agência Brasil, cerca de 2,35 milhões de doses foram aplicadas, enquanto outras 2,45 milhões seguem sem registro nos dados internos do Sistema Único de Saúde (SUS). Algo em torno de 4,8 milhões de vacinas haviam sido distribuídas pelo Governo Federal aos estados e ao DF. “Há um déficit de pessoas que não fizeram a segunda dose. Parte não teve o tempo ainda. Mas a gente sabe que há pessoas que já deveriam ter recebido e não voltaram”, avaliou Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), ao apresentar os números na 26ª Jornada Nacional de Imunizações. Gatti explica que, para o ano que vem, a pasta pretende ampliar a vacinação e já contratou 9 milhões de doses. Ontem, Outra Saúde destacou a apresentação de um plano nacional contra a dengue pela ministra Nísia Trindade.

OMS pré-qualifica para distribuição primeira vacina contra mpox

A MVA-BN, desenvolvida pela farmacêutica alemã Bavarian Nordic, se tornou na semana passada a primeira vacina contra mpox a ser pré-qualificada pela OMS. A pré-qualificação é um mecanismo que permite à agência e seus braços regionais distribuir o imunizante para os países que dele precisam, além de acelerar a aprovação de seu uso pelas autoridades sanitárias dos Estados. Devido à situação de escassez de vacinas, a agência de saúde das Nações Unidas recomenda que ela seja distribuída em esquema de uma dose, em vez de duas. Além disso, a OMS também indica o seu uso “off-label” em menores de 18 anos, não previsto na bula. Em comunicado, a Bavarian Nordic afirma que pretende entregar 2 milhões de doses da vacina ainda em 2024, para colaborar com os esforços de contenção da mpox no continente africano.

Aliança da OMS comprará 500 mil doses do imunizante

Após o anúncio da pré-qualificação, uma aliança impulsionada pela OMS se comprometeu a comprar 500 mil doses da vacina da mpox, com o objetivo de enviá-las à África. O grupo Gavi, composto por entes públicos e privados de todo o mundo, ficou mais conhecido nos últimos tempos por ações similares de distribuição de imunizantes realizadas durante a pandemia da covid-19. Agora, a aliança global afirma que deverá investir 50 milhões de dólares no plano contra a mpox, somando gastos com a compra das vacinas e seu transporte, armazenamento e aplicação. O valor a ser pago por cada dose não foi divulgado, mas a Reuters estima que elas tenham sido compradas por cerca de 100 dólares cada. Mesmo considerando o caráter emergencial e inovador do produto, o preço é considerado alto.

Vacinas contra pólio passarão a incluir nutrientes para crianças de Gaza

No final da semana passada, a OMS declarou que concluiu com êxito a primeira rodada de vacinação na Faixa de Gaza contra a pólio. Na campanha, cerca de 560 mil crianças de até 10 anos de idade foram imunizadas contra a doença, que chegou a acarretar um caso de paralisia infantil há poucos meses no enclave palestino. “Os trabalhadores da saúde demonstraram uma resiliência incrível ao conduzir essa campanha em uma escala e uma velocidade inéditas, nas duríssimas condições de Gaza”, avaliou o representante da OMS para os territórios ocupados da Palestina. Agora, a Reuters noticia que a agência pretende adicionar nutrientes como vitaminas e minerais às vacinas da segunda rodada de imunização, para enfrentar a desnutrição entre os jovens palestinos. A OMS também avalia as condições de promover a imunização contra o sarampo no enclave.

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