Saúde nas prisões, inacessível para encarcerados e trabalhadores

• A saúde dos trabalhadores do sistema prisional • Juventude e redes sociais: proibição é saída? • E MAIS: maconha medicinal; novas regras da Anvisa; gripe aviária; influenza •

Créditos: Divisão de Comunicação Social do Depen

Recentemente, neste boletim, Outra Saúde abordou as insuficiências da política de saúde prisional do Brasil. A falta de nitidez na divisão de tarefas entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Justiça e Segurança Pública foi apontada como um fator importante no que tange a má consolidação da Portaria Interministerial nº 2/2014. Contudo, uma pesquisa realizada pela Fiocruz também observou a precariedade no acesso à saúde de quem trabalha neste contexto.

Em parceria com a Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), a Fundação analisou a saúde física e mental de profissionais do sistema penitenciário brasileiro. Segundo o levantamento, a saúde física foi avaliada como “boa” por 66% dos participantes e “ruim” ou “péssimo” por 24,6%. O questionário avaliou algumas dimensões além da física, como a mental, a promoção de saúde no trabalho e aspectos gerais do trabalho. 

Os trabalhadores em questão apontaram, também, sentir falta de reconhecimento. Uma taxa de 83,7% sente que seu trabalho é reconhecido pouca ou nenhuma vez pela sociedade. Seja dentro ou fora das celas, as pessoas inseridas no contexto do sistema prisional brasileiro refletem o projeto pensado para este setor: o abandono e esquecimento. 

Como garantir a segurança da juventude nas redes?

Nesta quarta-feira (10), a Unicef lançou uma declaração a respeito das políticas de restrição etária nas redes sociais, debate que tem crescido entre governos e que se concretizou como uma política pública na Austrália. A entidade apontou que o status quo está falhando com as crianças e sobrecarregando as famílias enquanto não leva à frente ações de segurança, mas questionou a eficácia da proibição como solução. 

Uma das questões levantadas foi a importância que as redes têm para crianças em situação de vulnerabilidade: “para muitas crianças, especialmente aquelas que são isoladas ou marginalizadas, são um salva-vidas que oferece acesso ao aprendizado, conexão, brincadeira e autoexpressão”. Além disso, a organização relembrou a principal falha nas políticas proibicionistas: as alternativas não regulamentadas passam a ser a regra.

A regulamentação das Big Techs e, consequentemente, das redes é uma necessidade que abrange cada vez mais as múltiplas crises da atualidade. Com participação da sociedade civil, os governos não podem permitir que as plataformas afetem diretamente a saúde pública e mantenham a responsabilidade de um problema sistêmico individualmente sobre as famílias.

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Cannabis medicinal dermatológica 

A Anvisa deu início a uma nova avaliação para mudança de regras sobre medicamentos à base de Cannabis. A alteração pode permitir a importação da planta para pesquisa e fabricação dos produtos para as vias bucal, sublingual e dermatológica. Acompanhe o debate.

Anvisa e o CEIS

A Anvisa priorizará a análise de medicamentos totalmente produzidos no Brasil para agilizar os registros e fortalecer a indústria nacional. A mudança busca tornar o processo mais eficiente e incentivar o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CEIS). Saiba mais.

Vacina para gripe aviária?

Senadores dos EUA pressionam o governo por um plano urgente de vacinação contra a gripe aviária, com base na ciência e que considere impactos no comércio exterior. O setor avícola perdeu mais de 180 milhões de aves desde 2022, e o USDA ainda não divulgou detalhes de sua estratégia, apesar de destinar fundos para pesquisa. Entenda.

Gripe no Norte e Nordeste

Um novo boletim divulgado pela Fiocruz nesta quinta-feira (11) alerta que a influenza A apresenta sinal de início ou manutenção do crescimento do número de hospitalizações em alguns estados do Norte (Amazonas, Pará e Tocantins) e Nordeste (Bahia, Piauí, Ceará), além de Santa Catarina. Confira o boletim.

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