Poluição: a crucial diminuição das emissões de metano

Um punhado de empresas extrativistas são responsáveis por emitir a mesma quantidade do gás que 40 milhões de pessoas. Responsabilizá-las pode ser essencial para controlar doenças e alcançar a meta estipulada pela COP-26

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O metano é um gás que costuma ser gerado como subproduto de indústrias, em vazamentos, na queima incompleta de combustíveis fósseis ou na atividade agrícola. Tem forte impacto climático, mas possui uma vantagem sobre o gás carbônico: sua vida atmosférica é de cerca de nove anos – o que faz com que sua mitigação seja relativamente mais fácil, caso sejam tomadas as medidas corretas. Por isso, teve atenção dos líderes na Conferência Climática da ONU em Glasgow, em novembro passado.

Um artigo da revista Science, publicado na semana passada, analisa a tecnologia de satélites utilizada para rastrear as emissões de metano e como estão sendo incrementadas para quantificar a poluição. Com base nele, pesquisadores encontraram os principais responsáveis pela poluição. Estão, principalmente, em poços de petróleo e gás no Canadá e na infraestrutura de distribuição de gás natural em cidades dos EUA. 

Os líderes entre esses maiores espalhadores de metano foram identificados pelos pesquisadores, que utilizaram dados globais coletados por satélite ao longo de vários anos. Eles emitem aproximadamente 8 milhões de toneladas por ano. É mais ou menos o equivalente de poluição produzida por 40 milhões de pessoas – número igual ao da população da Oceania. E esse dado, explicam os pesquisadores, é subestimado, devido aos limites de rastreamento dos satélites.A diminuição da emissão de metano pode ter papel essencial para diminuir os efeitos do aquecimento global e na tentativa de reverter as mudanças climáticas antes do colapso. Na COP-26, os países se comprometeram a reduzir as emissões globais em pelo menos 30% até 2030. Segundo dados da Avaliação Global de Metano, da ONU, a diminuição da poluição pelo gás poderia prevenir, anualmente, cerca de 260 mil mortes prematuras e 775 mil internações hospitalares relacionadas à asma, além de preservar safras e biodiversidade.

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