OMS enfrentará lobby contra a saúde pública?
• OMS: corporações são entrave ao tratamento de doenças crônicas • Volta debate sobre rol da ANS • Amamentação e saúde • E MAIS: obesidade; impacto das DNTs; institutos nacionais; afogamentos •
Publicado 23/09/2025 às 14:30
Reunião anual da OMS deve declarar nesta quinta-feira um dia mundial contra doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), tais como cardiovasculares e cânceres. O simbolismo vem em momento percebido como de bloqueio por parte da indústria de consumo de itens não saudáveis, a exemplo de comida ultraprocessada e tabaco.
Na visão da agência, o capital de tais setores tem sistematicamente bloqueado políticas públicas para inibir o consumo de seus produtos – a exemplo de reformas tributárias que aumentem seus custos ou campanhas de educação. Para a OMS, milhões de vidas deixam de ser salvas e políticas direcionadas poderiam gerar US$ 1 trilhão em benefícios econômicos até 2030.
STF cede a pressão empresarial para cobertura de tratamentos
Promulgada em 2022, a lei do rol exemplificativo foi aprovada pelo Congresso e acolhia exigências de famílias de usuários de planos de saúde que lutam por acesso a tratamentos não previstos pelos seguros. Segundo essa lei, os convênios médicos não devem se limitar a oferecer apenas tratamentos contidos na lista feita pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No entanto, nunca houve regulação definitiva do tema – e agora o STF decidiu limitá-la.
Em decisão de quinta (18), a corte afirma que os tratamentos não previstos no rol de um seguro de saúde devem ter autorização da Anvisa. Além disso, tenta limitar o alcance de terapias alternativas. A decisão atende à pressão empresarial e afeta especialmente portadores de doenças raras e famílias de pessoas do espectro autista, para o qual não há tratamentos específicos e definitivos.
Os ministros do STF alegam necessidade de conter a judicialização no setor, mas nada indica que ampliar a margem das empresas para negar tratamentos pacificará a relação com os usuários de seus serviços.
Os benefícios da amamentação
Um estudo realizado nos EUA, publicado na revista Nature Imunology, traz novas conclusões positivas a respeito do leite materno. Segundo análises laboratoriais, a amamentação promove um deslocamento de células T, de proteção de tecidos e órgãos, para as glândulas mamárias, o que amplia a imunidade do bebê.
De acordo com a observação, há uma transferência destas células para a lactação, com três subtipos que se desenvolvem no corpo da mãe, com benefícios na saúde e desenvolvimento da criança. A descoberta reforça a importância da amamentação até pelo menos os 6 meses de vida. A OMS considera que esta forma de alimentação do bebê pode salvar até 820 mil vidas por ano.
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