MG: fechamento de leitos e hospitais atrasados

• Hospitais de BH serão fechados para novo complexo • Surto de sarampo no TO • Pré-natal e saúde dos bebês • E MAIS: HPV; experiência antimanicomial; trabalho na Coreia do Sul; Congresso da Alames •

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Belo Horizonte (MG) pode perder quatro hospitais públicos sem a certeza de compensação, denuncia uma matéria do Brasil de Fato. A Câmara Municipal aprovou em primeiro turno a construção do Complexo de Saúde Hospitalar Padre Eustáquio (HOPE), a pedido do governador Romeu Zema (Novo). Ele concentraria o atendimento de outras unidades hoje em funcionamento pela cidade: o Hospital João Paulo II, o Eduardo de Menezes, o Alberto Cavalcanti e a Maternidade Odete Valadares. A Secretaria Estadual de Saúde alega que suas estruturas são “antigas e apresentam limitações físicas”, mas parlamentares ouvidos pela matéria temem o fechamento de leitos.

“Não existe justificativa técnica para fechar leitos no SUS em meio à crise de atendimento que vivemos. Existe um projeto do governo Zema em privatizar a saúde, em colocar a saúde como mercadoria mesmo”, afirma a presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES-MG), Lourdes Machado. Além disso, o estado de Minas Gerais está com seis hospitais, promessas de campanha de Zema, inacabados há anos. São os hospitais regionais de Teófilo Otoni, Divinópolis, Governador Valadares, Sete Lagoas e Conselheiro Lafaiete. “Só a construção dos hospitais não basta. Para que o sistema funcione de verdade precisamos de regulação dos leitos feita de forma transparente, com profissionais em número adequado e que leve em conta todos os municípios da regional atendida pelo hospital”, lembra o vereador de BH Bruno Pedralva (PT).

Surto de sarampo no Tocantins acende alerta sanitário

Seis casos suspeitos de sarampo foram confirmados em Campos Lindos, interior do Tocantins. Os pacientes, com idades entre 4 e 29 anos, não estavam vacinados e tiveram contato com viajantes de países onde o vírus circula ativamente. Eles apresentam os sintomas clássicos: febre alta, manchas vermelhas, tosse e conjuntivite. Amostras foram encaminhadas à Fiocruz para análise conclusiva.

O Ministério da Saúde mobilizou 14 profissionais para conter o possível surto. Ações de bloqueio vacinal e monitoramento de contatos estão em curso. Embora o Brasil mantenha o status de país livre do sarampo, os casos recentes – todos importados – reforçam a necessidade de manter altas coberturas vacinais. A vacina tríplice viral segue disponível gratuitamente no SUS para toda a população.

Falta de pré-natal aumenta a chance de anomalias congênitas

Uma pesquisa da Fiocruz Bahia analisou 26 milhões de nascimentos entre 2012 e 2020 e identificou 144 mil casos de anomalias congênitas. São casos de defeitos de membros, cardíacos, microcefalia e síndrome de Down, por exemplo. Os resultados mostram as desigualdades brasileiras: mães pretas têm 16% mais chances de ter filhos com essas condições em comparação com mães brancas, enquanto a falta de pré-natal aumenta o risco em 47%. Outros fatores de risco incluem idade materna avançada (mulheres acima de 40 anos têm 2,5 vezes mais chances) e baixa escolaridade (8% maior risco para mães com 0 a 3 anos de estudo).

As disparidades regionais também são evidentes: o Nordeste, que concentra quase metade da população pobre do país, apresenta maior incidência de defeitos do tubo neural, associados à má nutrição e falta de suplementação adequada. A epidemia de zika entre 2015 e 2016 agravou os casos de microcefalia na região. A pesquisadora Qeren Hapuk destaca que muitas dessas condições poderiam ser evitadas com melhor acesso a pré-natal de qualidade, educação em saúde e políticas de redução de desigualdades.

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Lula sanciona lei para enfrentamento do HPV

O presidente Lula sancionou, na quarta-feira (23), a Lei que cria a Política Nacional de Enfrentamento da Infecção por Papilomavírus Humano (HPV). O texto estabelece um conjunto de medidas de saúde pública voltadas à prevenção, detecção e tratamento do HPV. Saiba mais.

Radis destaca experiência antimanicomial no SUS

A edição de julho da Revista Radis, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, apresenta uma experiência de Reforma Psiquiátrica no SUS: no município do Carmo (RJ), o fechamento do antigo manicômio deu lugar a uma rede de cuidados em liberdade. Como funciona essa rede?

As condições de trabalho na Coreia do Sul

Profissionais de saúde em todo o país exigem equipes sustentáveis, cargas de trabalho justas e ações sobre promessas passadas do governo que não foram cumpridas. Entenda o cenário.

Desprivatização de sistemas de saúde

Tema integra oficina realizada pelo Cebes e pelo Grupo de Pesquisa e Documentação sobre o Empresariamento da Saúde da Federal do Rio de Janeiro (GPEDS/UFRJ) e faz parte da programação pré-congresso da  Associação Latino-Americana de Medicina Social e Saúde Coletiva. Saiba mais sobre o congresso da ALAMES.

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