MEC proíbe EaD em quatro cursos da Saúde

• Medicina, Enfermagem, Odontologia e Psicologia não poderão ter EaD • Atenção Básica e internações • Os cortes na OMS • E MAIS: crianças que são mães; morte por Oropouche no Rio; comida é cultura; fungos se alastram •

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Na nova Política de Educação à Distância editada nesta segunda-feira (19) pelo Governo Federal, está vetada a formação EaD em quatro carreiras da Saúde. De acordo com a nova norma, deverão ser presenciais os cursos de graduação em Medicina, Enfermagem, Odontologia e Psicologia. Os demais cursos da área da saúde poderão ser presenciais ou semipresenciais. 

Segundo matéria da Folha, hoje, 41% dos graduandos em Enfermagem no país cursam EaD – cenário que há muito tempo recebia críticas pelos riscos à formação desses futuros profissionais, com a insuficiência de atividades práticas. No entanto, uma versão prévia da Política que circulou no fim de semana não vedava a modalidade à distância para este curso. Após a mobilização de conselhos profissionais e sindicatos da categoria, o Governo mudou de rota.

“Hoje, não estamos dando fim a um modelo de ensino, mas sim a um modelo de negócio que sacrificou a qualidade da educação em nome exclusivamente do lucro, colocando em risco a integridade e a vida das pessoas. A partir desta nova Política de Educação à Distância, é possível mudar a realidade, dar mais qualidade ao ensino da Enfermagem e, consequentemente, garantir a eficiência e a segurança dos serviços de saúde prestados à população”, avaliou o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) em nota oficial.

Fortalecer a APS para reduzir as internações, sugere levantamento 

Um levantamento noticiado pela Folha sugere que uma pessoa é internada a cada 3 minutos no Brasil devido a falhas na Atenção Primária à Saúde (APS). Em 2024, o país registrou 1,6 milhões de internações no Sistema Único de Saúde (SUS) ligadas a doenças já instaladas e até diagnosticadas. O estudo avalia que uma parte importante delas poderia ter sido evitada por meio do fortalecimento da APS. “O trabalho das equipes de saúde da família, do agente comunitário, que acontece nas UBSs, é muito propício para prevenção, mas certamente poderia ser investido muito mais”, define a superintendente da entidade responsável pelo levantamento.

A ampliação da cobertura da atenção primária SUS e a melhor organização do fluxo dos usuários pelo sistema são duas ações indicadas para a redução dos índices de internação, já que o acompanhamento dos casos se tornaria mais próximo e detalhado. “Há muita dificuldade em ter equipes completas, com médicos, enfermeiros, psicólogos e agentes comunitários. Houve um esforço grande com o programa Mais Médicos, do Governo Federal, mas ainda não há avaliação de quanto aumentou a cobertura”, avalia uma médica entrevistada.

OMS estuda cortes para se adequar a novo orçamento

Com o início da Assembleia Mundial da Saúde nesta segunda-feira (19), a Reuters noticia a realização de um verdadeiro mutirão de formulação das estratégias para uma OMS pós-EUA. Diversos programas essenciais para a saúde global ficaram em risco com o anúncio da saída dos Estados Unidos no início do ano, já que o país contribuía com 18% dos recursos da agência de saúde das Nações Unidas. Por isso, funcionários da Organização Mundial da Saúde debatem com diplomatas e doadores privados o que deve ser mantido e o que deve ser cortado.

Veículos internacionais especializados, como o Geneva Health Files e Health Policy Watch, já vinham anunciando o iminente “pacote de austeridade” na OMS. Os vazamentos prevêem uma redução de até 20% no pessoal da agência e esforços para promover a “priorização” de determinados programas. Em documentos vistos pela Reuters, está a proposta a preservação das ações de aprovação de medicamentos e resposta a surtos epidêmicos. Por outro lado, se prevê o corte de escritórios em países ricos e programas de treinamento.

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Só 1,1% de meninas mães tiveram acesso a aborto legal

Quase 14 mil meninas até 14 anos de idade tiveram filhos no Brasil em 2023, e apenas 154 fizeram aborto legal. Nessa idade, o ato sexual é considerado estupro, o que permitiria a interrupção da gravidez. Mas a prática é dificultada por falta de orientação adequada.

Primeira morte por febre do Oropouche em 2025

O estado do Rio de Janeiro registrou a morte de um homem de 64 anos por febre do Oropouche. Foi a primeira do ano. A cidade onde vivia tem ambiente propício à propagação do maruim ou mosquito-pólvora, que transmite a doença.  Saiba detalhes.

Alimentação é elemento sociocultural

Pesquisadora da USP faz análise sobre como inserir as propostas do “Guia Alimentar para a População Brasileira” no atendimento clínico, avaliando fatores sociodemográficos, econômicos e culturais que interferem nas escolhas alimentares do cotidiano. Veja os resultados.

A relação entre crise climática e fungos

Estudo recente revela que as mudanças climáticas estão ampliando significativamente o risco de infecções fúngicas mundo afora. Além dos riscos diretos à saúde, o estudo destaca preocupações com a segurança alimentar, por afetar também culturas agrícolas. Saiba o que dizem os pesquisadores.

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