Mais detalhes sobre o Agora Tem Especialistas
• Agora Tem Especialistas regulamentado • BRICS e saúde global • E MAIS: parteiras e saúde materna; oceanos e praias em perigo; morte assistida no Reino Unido; efeitos do aquecimento global na Ásia •
Publicado 24/06/2025 às 12:21
Na quarta-feira, 18, o governo federal editou a portaria que regulamenta o programa Agora Tem Especialistas. O texto legal estabelece as linhas gerais de contratação e implementação dos serviços de atenção especializada, a partir de itens como ampliação do uso da rede privada pelo SUS, utilização do aplicativo Meu SUS Digital para acelerar comunicação com pacientes, mutirões, ampliação de canais de comunicação interestaduais para intervenções oncológicas, dentre outras necessidades.
Certamente, um dos aspectos mais importantes é a redução do tempo de encaminhamento do paciente, a partir de sua entrada na fila de cirurgias, em especial para casos de câncer – o que já havia sido estipulado pela Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer.
Outro tema dos mais sensíveis é o que permite à AgSUS, espécie de autarquia autônoma da pasta, a contratação direta de serviços estaduais e municipais. A ideia é usar a agência para acelerar processos sem intermediação de secretarias estaduais e municipais. A portaria também regulamenta a contratação de médicos especializados, o que seria uma aposta de longo prazo para absorver tal mão de obra no SUS e diminuir a dependência do setor privado.
Aborto legal: relatos de violência
Enquanto o fundamentalismo religioso segue a sabotar o direito ao aborto nos poucos casos previstos em lei, o país tenta contabilizar violações às mulheres, ainda que no fundo seja praticamente incalculável. No Rio de Janeiro, enquanto a bizarra lei sancionada por Eduardo Paes que visa pregar mensagens moralistas em estabelecimentos habilitados para realizar a prática é suspensa pela justiça, os relatos de desrespeito ao direito ao aborto se amontoam.
Como demonstra reportagem da Folha, o sofrimento das mulheres é pouco conhecido da sociedade, uma vez que sua situação é invisibilizada por uma série de fatores estruturais, para os quais a estigmatização social contribui de forma inequívoca. São relatos de violência obstétrica, negligência, tortura psicológica e barreiras no acesso ao direito. Ativistas do movimento feminista pediram reunião com o prefeito do Rio, mas não obtiveram resposta.
Fortalecer os países do BRICS para avançar na saúde global
O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, fez um chamado por esforços conjuntos e novas parcerias para abordar as prioridades delineadas na agenda de saúde do BRICS, incluindo inovação, equidade, sistemas alimentares para dietas saudáveis e preparação para pandemias. Para o diretor da OPAS, os países das Américas – particularmente América Latina e Caribe – enfrentam desafios estruturais semelhantes aos dos países do BRICS e estão trabalhando para alinhar prioridades de saúde de diversas maneiras.
“Os países do BRICS não são apenas potências econômicas e políticas, mas também líderes em saúde pública”, afirmou Barbosa durante a cerimônia de abertura da 15ª Reunião de Ministros da Saúde do BRICS, em Brasília, na última terça-feira (17). Outras áreas de foco mencionadas incluem, por exemplo, o fortalecimento da produção local e regional de medicamentos, vacinas e suprimentos de saúde, acelerando a equidade em saúde por meio da eliminação de doenças socialmente determinadas.
* * *
Ampliação de modelos de assistência obstétrica
A OMS divulgou, na última quarta-feira (18), novas orientações para ajudar os países a adotar e expandir modelos de assistência obstétrica – nos quais as parteiras atuam como as principais prestadoras de cuidados às mulheres e aos bebês durante a gravidez, o parte e o período pós-natal. Veja as diretrizes.
O impacto da ocupação desordenada de praias no Brasil
Um dossiê da UFSCar, com o tema “Oceano em risco” e motivado pela votação da “PEC das Praias”, aborda os impactos da poluição por plástico e os impactos no oceano – o maior ecossistema do planeta. Ouça e entenda no podcast da Ufscar.
Reino Unido vai legalizar morte assistida?
Parlamentares britânicos aprovaram, em votação apertada, na última sexta-feira (20), um projeto de lei que legaliza a morte assistida na Inglaterra e no País de Gales. O projeto agora seguirá para a Câmara dos Lordes. Como se dará o procedimento?
Ásia sofre o dobro com o aquecimento global
De acordo com o último relatório Estado do Clima na Ásia 2024, da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado nesta segunda-feira (23), o continente asiático está se aquecendo duas vezes mais rápido que o resto do mundo. Entenda as implicações.
Outras Palavras é feito por muitas mãos. Se você valoriza nossa produção, contribua com um PIX para [email protected] e fortaleça o jornalismo crítico.