EUA arriscam perder liderança em vacinas de mRNA
• EUA: desinvestimento em ciência e vacinas mRNA • Crise climática faz aparecerem mais escorpiões • E MAIS: influenza, mortes por AVC e DIU hormonal no SUS •
Publicado 12/05/2025 às 10:14 - Atualizado 12/05/2025 às 15:26
A tecnologia de mRNA, financiada pelo Estado e muito celebrada durante a pandemia por seu papel no desenvolvimento rápido das vacinas contra covid, agora enfrenta um cenário de incerteza nos EUA. A nomeação de negacionistas como Robert F. Kennedy Jr. para cargos-chave na saúde, cortes em financiamentos e propostas estaduais para restringir o uso dessas vacinas estão desestabilizando a indústria norte-americana.
Empresas já consideram realocar ensaios clínicos para outros países ou abandonar projetos. Enquanto isso, Japão e Alemanha e outros avançam com novas gerações de vacinas de mRNA. Como noticiou este boletim na semana passada, a Fiocruz também tem tido importantes avanços na tecnologia. Se a desconfiança política e pública persistir, os EUA podem perder sua posição de liderança na revolução biomédica, cedendo espaço a competidores globais. Apesar do potencial em oncologia e doenças raras, o futuro da tecnologia depende de uma reconciliação entre ciência, política e confiança pública.
Por que aumentam casos de picadas de escorpião?
O crescimento exponencial de acidentes com escorpiões no Brasil – que saltou de 67 mil casos em 2014 para 170 mil em 2023 – pode estar diretamente relacionado às mudanças climáticas. O aumento das temperaturas pode estar permitindo que o escorpião amarelo, espécie perigosa e adaptada a ambientes urbanos, se espalhe para regiões antes menos afetadas, como o Sul do país. Além disso, sua reprodução por partenogênese (sem necessidade de acasalamento) facilita a proliferação rápida.
O problema é agravado pela limitação no acesso ao soro antiescorpiônico, disponível apenas em hospitais especializados, deixando postos de saúde e UPAs despreparados. Especialistas defendem maior distribuição do soro e campanhas de prevenção, incluindo dedetização contra baratas (principal alimento dos escorpiões) e uso de paredes lisas para impedir sua subida. Sem medidas urgentes, a projeção é de 274 mil acidentes até 2033, transformando o problema em uma verdadeira epidemia
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Aumento de hospitalizações por influenza
Alguns estados, sobretudo das regiões Norte e Centro-Sul, registraram níveis de incidência moderados a altos entre jovens, adultos e idosos. Dados de 27 de abril a 3 de maio confirmam a influenza A como o segundo vírus com maior número de casos nas últimas quatro semanas epidemiológicas, atrás do VSR. Veja a incidência por faixa etária e região.
Brasil tem 1 morte por AVC a cada 7 minutos
De 1º de janeiro até 5 de abril de 2025, mais de 18 mil brasileiros morreram vítimas da doença, o equivalente a uma morte a cada sete minutos. Nova Coalizão Mundial de Ação defende as bases para enfrentar o quadro, que poderá causar quase 10 milhões de mortes por ano até 2050. O SUS tem papel fundamental para conter mais mortes.
Conitec incorpora DIU hormonal ao SUS
Em reunião ordinária, o comitê de medicamentos da Conitec emitiu parecer final favorável à incorporação do DIU hormonal, bem como o desogestrel oral, para pacientes com endometriose. Isso porque, ao liberar progesterona, tanto o DIU quanto o medicamento oral inibem o crescimento do endométrio. Saiba o que mais foi discutido.
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