Brasil sai do Mapa da Fome em contexto de pouco avanço global
• Brasil supera a fome mais uma vez, na contramão do mundo • Desafios da febre oropouche em 2025 • Chamada pública para estudo de mRNA • E MAIS: vacinação contra sarampo; policulturas e carbono; Cúpula Clima e Saúde; Projeto Moetá •
Publicado 29/07/2025 às 13:28
O Brasil saiu do Mapa da Fome mais uma vez, revelou nesta segunda-feira (28) um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O feito já havia sido alcançado em 2014, mas o país retornou ao Mapa no triênio 2018-2020. O indicador global identifica as nações onde mais de 2,5% da população sofre de insegurança alimentar crônica.
“A saída do Brasil do Mapa da Fome é resultado de decisões políticas do governo brasileiro que priorizaram a redução da pobreza, o estímulo à geração de emprego e renda, o apoio à agricultura familiar, o fortalecimento da alimentação escolar e o acesso à alimentação saudável”, diz uma nota do Ministério do Desenvolvimento Social.
No entanto, a nível global, os avanços são tímidos. O estudo da FAO aponta que a subalimentação grave caiu de 8,5% para 8,2% da população mundial, ou cerca de 650 milhões de pessoas, uma situação pior que a do pré-pandemia. Além disso, o mundo assiste passivo ao bloqueio israelense da entrada de alimentos na Faixa de Gaza. 63 palestinos morreram de fome no enclave neste mês de julho, disse a OMS no domingo (27). Nesta segunda-feira, o presidente dos EUA reconheceu pela primeira vez que há uma fome em Gaza, em uma notável divergência pública com Israel.
Oropouche se dissemina pelo Brasil
Uma reportagem da Agência Brasil oferece um retrato dos desafios para controlar a febre oropouche no país. Quase 12 mil casos já foram registrados até o mês de julho, mais da metade deles no Espírito Santo. Em todo o ano passado, houve pouco menos de 14 mil notificações da doença, e “a expectativa é que a soma de 2025 seja superior à quantia registrada em 2024”. Os 5 óbitos ligados à doença neste primeiro semestre já superaram as 4 mortes identificadas no ano anterior.
Pesquisadores apontam que os surtos se concentram em áreas periurbanas, de transição entre as cidades e o meio rural. Áreas de desmatamento recente foram cruciais para a disseminação do vírus – o que leva os especialistas a frisar o papel dos eventos climáticos extremos. Regiões de lavoura foram particularmente afetadas, já que o mosquito maruim, vetor da doença, se reproduz em ambientes úmidos e com bastante matéria orgânica em decomposição.
Brasil aposta no RNA mensageiro
O governo abriu uma chamada pública para a criação de um Centro de Competência em tecnologias de RNA mensageiro, anunciaram os ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) nesta sexta-feira (25). O objetivo da iniciativa é fortalecer a produção nacional de vacinas e terapias, além de estimular os estudos com uma das tecnologias mais avançadas e recentes neste campo.
O projeto de R$60 milhões será executado pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e integra as ações da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS). A chamada pública fica aberta até o dia 26 de agosto. Seu cronograma e documentos estão disponíveis aqui.
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Dia D de vacinação contra o sarampo
A fim de reforçar a proteção da população e evitar a reintrodução do sarampo no Brasil, o Ministério da Saúde promoveu, no último sábado (26), o Dia D de vacinação nos estados do Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Por que nesses lugares?
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Uma pesquisa, conduzida pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), relevou que intensificar a variedade de espécies vegetais pode mais que dobrar a taxa de fixação de carbono no solo. Pesquisadores agora avaliam os impactos desse acúmulo de carbono na produtividade. O que indicam os resultados preliminares?
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