OutrasPalavras

Jornalismo de Profundidade e Pós-capitalismo

Chuvas, inundações, estiagens e temperaturas recordes. Nos últimos quatro anos, 40% dos municípios declararam estado de emergência em decorrência dos extremos climáticos. Em consequência, número de afetados dispara – 26 milhões em todo o país

Metal usado pelo garimpo contamina os rios e provoca onda de enfermidades, más formações e mortes. Indígenas aliam-se a cientistas para denunciar ameaça e atuar em convenção da ONU. Eles apontam: há o espectro de uma imensa Minamata

Sinais de um sistema terminal. Em meio à exuberância da Amazônia, população sufoca com a fumaça da floresta em chamas, assiste ao declínio do Rio Negroe serve-se de água contaminada, pois à concessionária privada importa apenas o lucro

Humanidade ainda não conseguiu criar um modelo urbano que não seja o de “fortalezas”, diz o primeiro indígena na Academia Brasileira de Letras. É tempo de inventar outra pólis: em vez de operar na paisagem, devemos nos confundir com ela

Tramita no Brasil projeto para que governo regule a ação de empresas, que compram “títulos verdes” para seguirem poluindo. Movimentos denunciam: terras indígenas tornam-se ativos financeiros. Saída à crise climática não virá do mercado privado

Má qualidade do ar e altas temperaturas superlotam unidades de saúde. Falta água nas torneiras. No AM, 15 municípios estão em estado de emergência. Baixa histórica nos rios afeta escoamento de produtos. 500 mil podem ficar sem alimentos e água potável

Parque eólicos e solares. Descarbonização via hidrogênio verde. Carro elétrico. País tenta reduzir emissões, mas iniciativas são capturadas pelo mercado. É preciso outra lógica: descentralizar produção e desprivatizar ventos, água e sol do país

Alberto Setzer ensinou a detectar os incêndios e a perceber seu efeito no aquecimento do planeta. Como ele detectou poluentes estranhos, no “ar mais puro do mundo” – e a ligação do fogo com projeto da ditadura de ocupar a grande mata

Surge no horizonte um novo pesadelo: secas simultâneas e crise alimentar global, devido a mudança nos ventos de altitude. Mas a inação persistirá – enquanto não tirarmos dos super ricos as alavancas que permitem manter tudo como está

Projeto turístico-imobiliário José Marinho e Armínio Fraga, que devastará paraíso baiano, pode ser apenas o começo. População denuncia que uma “corrida pela terra” começou na região — e ameaça ainda mais bioma e territórios originários