Eles são os ombros em que a tecnologia se apoia para se desenvolver. Maioria, no Brasil, são jovens e mulheres, com escolaridade superior à média. Ganham miséria. Relatam despotismo algorítmico e sofrimento mental. São invisíveis, até para a lei
Assim como os proprietários de terra capturaram as terras comuns, as big techs fazem nos espaços digitais – e estão sabotando o espaço público. E se, como nas cooperativas de transporte, coletivos locais apropriarem-se de plataformas abertas, para uma gestão coletiva da vida
Em novo abuso das big techs, ChatGPT oferece “espelhinhos” — desenhos estilosos — a quem fornecer suas imagens e dados sensíveis. O que parece inofensivo é parte de uma engrenagem profunda, que envolve disputa tecnológica e geopolítica
Ao contrário do que se pensa, aproximação Trump-Big Techs não é de curto prazo. Visa amputar o Estado, impedindo-o de regular as corporações. E inviabilizar o espaço público, para estabelecer a gestão algorítmica da sociedade
Há um caminho apressado, que está em voga mas poderá dar ainda mais poder a estas corporações. Há uma alternativa, recém proposta pelo Comitê Gestor da Internet. Ela separa o joio do trigo e concentra o fogo em quem produz manipulação algorítmica
Da “breque dos apps” ao esforço de pesquisadores da Economia Solidária Digital, proliferam experiências de autogestão para enfrentar a precarização das plataformas. Señoritas Courie, Núcleo de Tecnologia do MTST e Liga Coop são exemplos no Brasil
Novo livro aponta paradoxo nas cidades brasileiras: quanto mais tecnologia e uberização, mais caos e mortes no trânsito. Como o transporte público gratuito é alternativa — e por que o Brasil tornou-se líder mundial em sua adoção
Endividamento. Vontade de investir em criptomoedas. Ter grana extra. Jovens da periferia contam por que disponibilizaram dados pessoais e únicos para uma multinacional. Apesar de proibições judiciais, ao menos 400 mil brasileiros já venderam suas imagens
As sociedades de mercado do século XX criaram o Cidadão Kane, magnata das comunicações liberais, que fabricava consensos para dominar. O capitalismo tardio concebeu Elon Musk, barão da plataforma de contrainformação, para destruir as possibilidades de democracia
Uma análise da submissão tecnológica, a partir da teoria marxista da dependência. Além de extraírem dados, corporações do Norte ampliam a pilhagem de matérias-primas e superexploração do trabalho. Inovação de lá depende da reprimarização do Sul…