Renomada crítica literária argentina morreu nesta terça (17). No jornalismo cultural e na Academia, ela propôs novas leituras entre as letras e o tecido social latino-americano – e a importância do papel do intelectual na mediação de processos culturais e políticos
Em livro de fotografias, autora periférica aborda o caos urbano e os gritantes contrastes entre o centro e quebradas. Registra a cena cultural com o olhar de quem é “parte do rolê”. E, “tradutora de agonias coletivas”, desvela dramas e lutas dos despossuídos da cidade
Aos 93, Ruy Guerra exibe vitalidade. Seu novo filme revela o jogo político que envolve empresários vorazes, políticos corruptos, pastores gananciosos e militares saudosos da ditadura. Obra foi investigada pela PF por usar um “sósia de Bolsonaro”
O Pastor e o Guerrilheiro aborda o elo perdido entre comunidades pobres e evangélicas e os militantes de classe média. No filme, uma estudante lê o livro de um combatente do Araguaia — que, no passado, filosofa com um “crente” sobre um Jesus revolucionário
Novo documentário acompanha as viagens pelo mundo do ex-presidente uruguaio, com sua mensagem humanista e ecológica. Não cai no erro de retratá-lo como “apóstolo gratiluz”, mas combatente lúcido, íntegro e até feroz contra o neoliberalismo
Histórias de um treinador de vôlei que aposta no potencial transformador do esporte. Rechaça a disciplina militar dos corpos. E enxerga a formação nas bases como processo de oportunidade social, cuidado e criação de laços que não se resumem a um futuro de superligas
Finalista do Jabuti, Goela Seca é o reencontro da autora periférica com suas raízes: o sertão da Bahia. As memórias familiares são centrais. Assim como a metáfora de regurgitar: “aprendeu a engolir a dor e agora, vomita verdades”, escreve
Baseado no livro de Milton Hatoum, Relato de um certo Oriente aborda uma paixão turbulenta na Amazônia dos anos 40, entre uma católica e um mulçumano. É uma celebração da mistura cultural nos trópicos. Mas poderia um filme pecar por excesso de exuberância?
Em tempos de fluxo frenético de imagens, Ainda Estou Aqui conquista públicos com outro tempo de fruição. E faz da “casa burguesa” algo vivo, pulsante. Mas deixa certa sensação de vazio, por não podermos ver a resistência além da classe média branca