Adolescência faz do plano-sequência não um fetiche, mas recurso potente para mostrar atordoamentos, labirintos, embates… E, omitir a catarse (o julgamento do caso) incita a pensar sobre como o mal floresce no mundo contemporâneo, para além de um indivíduo
Série é ponto de partida para refletir sobre a subjetividade neoliberal em que está imersa parte de uma juventude hiperconectada. Com a erosão de espaços coletivos e o imperativo de ganhar – dinheiro, mulher, poder –, vem o ressentimento: “alguém deve pagar pelo meu fracasso”
Dois filmes de um mesmo diretor norueguês estreiam no Brasil. Entre sonhos recorrentes com David Bowie aos encontros e desencontros a partir do sexo casual, as duas obras mostram o amor como fundamento moral e universal das mais diversas interações humanas
Novo documentário estimula a refletir sobre a força criativa do músico excepcional. Sua trajetória atravessa do som da maria fumaça ao jazz; da resistência dos ferroviários ao afrocatolicismo; e as paisagens mineiras além do ouro e da prata
Mário de Andrade, o turista aprendiz, de Murilo Salles, é um belo ensaio sobre essa interrogação. Baseado em uma incursão na Amazônia, em 1927, constrói cenas que condensam problemas, dúvidas e tormentos do modernista diante da grandeza e da complexidade do país
Com linguagem sofisticada, filme adquire também uma dimensão metafórica. Nas cenas de escuridão, sob o capuz ou as cortinas de casa fechada, revela-se a clareza da ditadura. E na revelação de seu sequestro, a turva possibilidade de ver o corpo do ex-deputado