Reflexões da filósofa estadunidenses sobre o massacre em Gaza, a obra de Kafka e o ataque que sofreu no Brasil em 2017. No centro: as múltiplas formas do “fantasma do gênero” ao redor do mundo e sua poética ideia de revolução: “a liberdade como o ar que respiramos”
Verba para programas como Bolsa Família são importantes, mas reduzir a desigualdade exigirá mais. Movimento feminista começa a despertar para essa lacuna. É preciso olhar para dados de violência, desigualdade salarial e participação na política
Até 1987, sequer havia banheiro feminino no plenário da Câmara. Com base em dogmas religiosos, MP defendeu código de vestimenta que “distinguia os personagens”. Regras eram arbitrárias. Este ano, polêmica reviveu constrangimento às mulheres
Ao lançar nova edição da obra, autora relembra sua trajetória e angústias, em busca dos nexos entre o capitalismo e a opressão das mulheres. Ela celebra: livro tornou-se arma para desvendar a selvageria renovada do patriarcado – e revertê-la
Em novo livro, filósofa provoca: são tempos de pensar grande. Luta antineoliberal precisa ir além do combate da mercantilização das condições de vida. E sugere uma terceira dimensão: uma nova aliança entre emancipação e proteção social
Seria possível uma filosofia “vulvocêntrica”? Pensadora provoca: entender falo e vulva como lócus de disputa pelo poder é repetir um falocentrismo. Mas e se incluirmos na experiência aquilo que nos escapa e extrapola a ideia de domínio?
O singular caso suíço. Mais afetadas por intensas ondas de calor, idosas processam o governo do país por negligência diante do aquecimento global. Justiça europeia acata a denúncia. É a primeira decisão do gênero. Poderá inspirar outras lutas no mundo?
Elas usam o deboche-crítico contra hetérotops e redpills. Escancaram violências. O meme vira estratégia de comunicação. É “rir para não adoecer”, diz uma delas. Buscam, assim, um diálogo mais lúdico que, às vezes, escapa de alguns feminismos…
Pensadora aponta: feminizado, o cuidado é transformado em “expressão de amor”, estruturando relações através de hierarquias de poder. Só quem pode pagar, o terceiriza. Luta deve mirar o salário doméstico, mas também uma ética de apoio mútuo
As lutas institucionais não perderão seu valor. Mas em tempos ásperos é junto a nós mesmas, em territórios autogestionários de cuidado, luta e sustentação da vida, que nossa alternativa ao capitalismo florescerá