Outras Palavras lança coluna sobre Saúde Pública
Publicado 26/09/2013 às 17:23
Médica e “apaixonada pelo SUS”, Lilian Terra escreverá sobre avanços, limites e desafios do sistema. Sua colaboração reforça projeto de resgatar jornalismo de profundidade
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Em 19 de julho, Outras Palavras publicou um texto incomum sobre o programa Mais Médicos. Em meio a uma espécie de guerra de torcidas, entre grupos contrários e favoráveis ao programa, nossa colaboradora Lilian Terra propôs uma visão mais refinada. Ela defendeu a contratação de profissionais nascidos em outras partes do mundo, nos casos em que médicos brasileiros não postulassem trabalho em localidades remotas. Mas lembrou que tal medida seria de fôlego curto.
O melhor, frisou seria criar uma carreira nacional para médicos do SUS. Jovens recém-formados seriam estimulados a trabalhar nos rincões do país, se soubessem que, após alguns anos, teriam a opção de se transferir para centros maiores. O Brasil pode dar tal passo. Só não o faz porque a Saúde Pública não recebe os recursos de que necessita. Em parte, porque o Estado brasileiro continua a subsidiar… os planos privados de saúde.
Pouco mais de dois meses depois, Lilian inaugura uma nova coluna em nosso site. No primeiro texto, descreve e debate a atitude estranha das entidades médicas diante do programa do governo. Médica e “apaixonada pelo SUS”, como se declara, ela é também uma estudiosa atenta do sistema de saúde brasileiro. Informa-se, busca dados, interpreta-os.
Sua nova coluna é parte de uma aposta de Outras Palavras. Estamos convencidos de que é possível resgatar o jornalismo, na época de declínio dos jornais. Este resgante não será privilégio dos jornalistas. Pessoas dedicadas a examinar em profundidade temas relevantes – relacionados ou não a suas profissões – podem criar redes de informação recíproca.
Outras Palavras procura ser um ponto a mais para que estas pessoas se encontrem, relatem fatos e tendências, compartilhem pontos de vista, dialoguem sobre eles. Nossa rede de colaboradores já reúne mais de 200 pessoas Será ótimo se, além de ampliar este elenco, Lilian estimular mais gente a fazê-lo.
Vamos partir da premissa de que, se o Estado tem obrigações para com alguns cidadãos, estes também as tem para com o Estado. O Estado cria e mantem a altos custo uma universidade federal. Aqueles que se valem dela, gratuitamente, por 5, 6, 7 anos, deveriam passar a ter uma dívida social com a sociedade. Nem digo reembolsar financeiramente, após o diploma, mas, sim, retornar à sociedade do país os benefícios dos ensinamentos que lhes foram ministrados gratuitamente ao longos dos anos pela sociedade brasileira. Talvez, por um período equivalente àquele em que foi beneficiado.