O futuro cada vez mais incerto da IA

Investimentos disparam, mas os lucros são incertos – o que é mortal para as lógicas do capitalismo. Enquanto isso, os chineses avançam…

Imagem: Pexel/ Aarushi Agrawal/Asia Financial
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Como a Inteligência Artificial superará seus grandes desafios – entre os quais, a necessidade de chips cada vez mais poderosos e o consumo exorbitante de eletricidade? Presidido no Ocidente por lógicas capitalistas, o investimento no setor compensará? EUA ou China: quem liderará uma tecnologia que (para o bem ou o mal) pode ser decisiva para o futuro da humanidade?

A última edição da revista Economist traz um editorial e uma sequência de matérias sobre o tema. São orientadas pela crença no papel de liderança dos mercados – por isso, partem de um viés que pode ser enganador. Mas as informações que contêm valem a leitura. As questões centrais, segundo a revista: a) Embora gigantesco, o investimento na tecnologia seja gigantesco (US$ 95 bi, desde o início de 2023, e uma valorização em bolsas de US$ 2,5 trilhões, no mesmo período), os custos são enormes. Treinar um sistema como o ChatGPT custará, em breve, US$ 1 bi; e, na geração seguinte, US$ 10 bi; b) Num ambiente anárquico, com centenas ou milhares de empresas competindo entre si, os investidores sentem-se inseguros sobre em quem apostar.

O sentido das matérias é otimista. Economist acredita que a criatividade gerada por este caos encontrará as soluções. Mas não deixa de frisar: a China ameaça a liderança dos EUA; e certas medidas adotadas por Washington, como a tentativa de privar Pequim dos chips mais avançados, estão saindo pela culatra. É também graças a elas que os chineses estão desenvolvendo um esforço febril, e até agora bem-sucedido, de desenvolvimento tecnológico autônomo em IA.

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