Homer Cado está preocupado. Que bom!

Nem Bolsonaro está seguro de sua deforma da Previdência. O baronato financeiro e seus jornalistas estrilam e ameaçam com o fim do mundo – mas no fundo, temem…

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Escriba mercadista histórica, Claudia Safatle, em sua coluna de hoje no Valor repercute as inseguranças que povoam a mente de Homer.

A primeira reação é de terrorismo puro: se a deforma das aposentadorias não for integralmente aprovada, cada letra e vírgula da PEC, o Brasil acaba.
Vale-se até de um “estudo” do secretário de Política Econômica do Paulo Ipiranga, o sinistro Doutor Sachsida, jurando que sem deforma absoluta o desemprego vai a 15%, a Selic a 18,5%, o PIB cai em média 2,9% nos próximos 5 anos e a dívida pública federal atinge 102% do PIB em 2023. Ufa!!

Doutor Sachsida, o homem-catástrofe

Numerologia de austericida – além da pretensa exatidão só porque usa décimos – tem tanta consistência quanto “métodos infalíveis” para ganhar em cassino. Sempre são contas feitas de trás para diante na planilha, partindo do resultado almejado para chegar aos parâmetros convenientes.

Já a avaliação política que fecha o texto é de se levar em conta:

“Para que a proposta de emenda constitucional (PEC) da Previdência não saia magrinha do Congresso, é importante que o governo a apoie. Ela não pode ser conhecida como a reforma do liberal Paulo Guedes, ministro da Economia, sob pena de ser totalmente desfigurada durante sua tramitação na Câmara e no Senado.

Nesse sentido, foi péssima a declaração de Jair Bolsonaro, que, em entrevista ontem, já admitiu rever para baixo a idade mínima de 62 anos para mulheres se aposentarem, conforme consta do projeto do governo.

Se nem o presidente da República concorda com a idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para os homens se aposentarem, que consta da proposta que ele entregou em mãos, no dia 20, ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), não será o Congresso que apoiará tal iniciativa.

Como disse Maia em entrevista ao jornal ‘O Globo’, ontem: ‘Paulo Guedes tem uma agenda liberal, eu tenho uma agenda liberal. Mas você não tem 308 deputados que chegaram ao Parlamento com uma agenda liberal’. Para aprovar emenda constitucional, é preciso maioria qualificada de 308 votos na Câmara, em dois turnos.

Uma dúvida para a qual não há uma resposta clara é sobre se Jair Bolsonaro tem, de fato, compromisso com uma agenda liberal para o seu governo.”

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