Crônica sobre a Economia do Amor

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Dentro do velho sistema em colapso, e numa civilização em risco, surgem também sinais de uma nascente lógica da generosidade

Por Inês Castilho

Mais Amor, Por Favor. Cartazes anônimos surgiram de repente nos muros de São Paulo, recordando o Profeta Gentileza. Antes, o amor já chegara à obstetrícia, ao descobrir-se que quando a gente beija, faz amor, dá à luz, amamenta o corpo produz “hormônios do amor” – em particular um neuropeptídeo chamado ocitocina, que alimenta nossa capacidade de amar.

Qualquer maneira de amor. Descoberta em 1909, pelo poder de estimular o útero e a glândula mamária, a ocitocina pouco depois já estava sintetizada e passou a ser usada, pragmaticamente, para apressar parturientes. O filme Renascimento do Parto pergunta o que será dessa espécie, que, submetida à ocitocina sintética, pode desaprender a segregar os hormônios do amor – e denuncia a indústria da cesariana, de que os médicos e hospitais são apenas a ponta.

Na última década, pesquisas foram além. Conhecida por seu papel na criação do vínculo entre mãe e filho, a ocitocina foi considerada pela neuroeconomia a cola social de famílias e comunidades. Ao inundar o sistema nervoso de amor, estaria irrigando com confiança a sociedade e com prosperidade, a economia.

Chovem exemplos. Moedas locais são puro amor, e já chegam a uma centena pelo Brasil. Pode um gesto mais amoroso que dar crédito à criatura para o gás do almoço, a compra do mês, o aluguel – na base da confiança, olho no olho? Creative Commons é economia da generosidade. Copyleft, doação incondicional. Crowdfunding então? Economia solidária, feira de trocas, FIB – Felicidade Interna Bruta. São pilares de um paradigma econômico e social nascente – um despertar, uma Primavera! Embrião de uma economia do amor.

Estamos reinventando nossos modos de viver e nos relacionar, dar e receber – em busca da justa contribuição para exprimir gratidão. Ousemos nos colocar num campo de abundância – especialmente em tempos de escassez.

Mire-se no espelho da Mãe Natureza, recomenda a biologia. “Tudo que os organismos naturais fazem para saciar suas necessidades – comer, respirar, acasalar – contribui de alguma forma para a fertilidade do habitat em que vivem. Os dejetos dos animais adubam o solo, o dióxido de carbono que expiram é usado pelas plantas na fotossíntese. A vida criou um sistema generoso e essa é a razão pela qual esse material genético existe há 10 mil gerações. A única forma de garantir o futuro de nossos filhos, netos e bisnetos é cuidar do lugar em que vão viver. Tem de aprender a ser generoso. É o que a vida faz.”

Tempo de sintonizar o chacra do coração.

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10 comentários para "Crônica sobre a Economia do Amor"

  1. Uma boa informação. me sorte me deparei com o seu site

  2. gabrielle disse:

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  3. Muito bom o post, parabens!!

  4. Norma Nascimento disse:

    Putz: "Ao inundar o sistema nervoso de amor, estaria irrigando com confiança a sociedade e de prosperidade a economia." Só que a Natureza não faz "isso" para gerar "aquilo". Vida e amor não têm objetivos, metas, métodos. Muito menos a palavra "economia". Se teorizar, virar cátedra, interesse próprio, tamos no brejo de novo.

  5. oi Noelio, seria ocitocina sintética, que faz desaprender a gerar…

  6. Recomendo para todos ocitocina intravenoso!

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