A internet está sendo quebrada. Que fazer?
Publicado 01/06/2015 às 18:05
Evento debaterá saídas para uma rede cada vez mais monopolista. Privacidade, anonimato, segurança e criptografia não são suficientes
Com informações do Actantes
Ola Bini, pesquisador de segurança da informação e ex-desenvolvedor da linguagem JRuby, participará na próxima terça-feira, 2 de junho, de um encontro para debater os riscos, problemas e alternativas relacionadas à liberdade na internet. Seu tema específico são as vulnerabilidades do sistema de atribuição de nomes e números para os milhões de sites existentes na rede. Hoje, esta tarefa é coordenada pelo ICANN, uma instituição subordinada ao Departamento de Comércio dos EUA. Segundo Bini, este vínculo abre brechas para controle e espionagem. O evento é promovido pela coletivo Actantes, cujo foco é a liberdade e privacidade na rede, e pela ThoughtWorks, uma organização que trabalha com consultoria e desenvolvimento de softwares com código aberto. Ocorrerá a partir das 19h em São Paulo, na mesma casa em que está instalado Outras Palavras.
Bini define a si próprio como um “diretor de paranoia”. Para ele, tudo que fazemos na Internet é facilmente interceptado e rastreado por pessoas com um mínimo de habilidades técnicas: estamos vulneráveis mesmo quando tentamos nos proteger com criptografia pesada. Uma entrevista recente em que o desenvolvedor expõe suas ideias polêmicas pode ser encontrada no site da Actantes.
Toda tecnologia é vulnerável, prossegue o desenvolvedor — mesmo a que protege nossas transações bancárias e o comércio eletrônico. E essas vulnerabilidades não se apresentam apenas para agências de inteligência (como a NSA), mas também são passíveis de ataque e interceptação por parte de agentes privados.
A situação é ruim – a Internet precisa mudar completamente para ser consertada. Precisamos esquecer DNS e TLS e começar tudo de novo, a partir de uma base melhor.
Ola Bini trabalha com temas relacionados à privacidade, anonimato, segurança e criptografia. É membro do conselho técnico do projeto Pixelated, que tem como objetivo popularizar o uso da criptografia na troca de emails através de uma plataforma simples e intuitiva baseada em código aberto. Atualmente, integra também a equipe da Thoughtworks.
A Actantes é um coletivo que organiza ações diretas pela comunicação livre, pelo direito à privacidade e à navegação anônima nas redes digitais.
ThoughtWorks é uma consultoria global em tecnologia de informação (TI) que tem como foco o desenvolvimento ágil de software. A companhia tem contribuído com uma variedade de produtos de código aberto, incluindo o CruiseControl, o NUnit e o Selenium.
A internet está quebrada
Dia 02.06, às 19h
Actantes – Rua Conselheiro Ramalho, 945 – Bela Vista – São Paulo