A Greve Geral tem presos políticos
Publicado 30/04/2017 às 18:36
Juraci Alves dos Santos, Luciano Antonio Firmino e Ricardo Rodrigues continuam em distrito policial e podem ser enviados a presídio, pelo “crime” de convocar para protestos
Uma nota do MTST
Neste sábado (29/4), no fim do dia, a juíza Marcela Filus Coelho rejeitou pedido dos advogados do MTST e, “em nome da ordem pública”, manteve presos arbitrariamente os ativistas Juraci Alves dos Santos, Luciano Antonio Firmino e Ricardo Rodrigues dos Santos. Não há nenhuma prova conhtra eles. Há apenas o “relato” dos policiais militares.
Os três estão na carceragem do 63º DP e podem ser encaminhados a qualquer momento para presídio. Pelo que sabemos, são os únicos manifestantes detidos na sexta que permanecem presos. São os presos políticos da Greve Geral.
O MTST irá reagir com mobilizações nos próximos dias. E nossos advogados entrarão com habeas corpus nesta segunda-feira buscando reverter esta arbitrariedade. Segue relato do advogado do Movimento, com mais detalhes sobre o caso.
Relato do advogado do MTST, Dr. Felipe Vono:
Juraci Alves dos Santos, Luciano Antonio Firmino e Ricardo Rodrigues dos Santos, os três militantes do MTST presos em Itaquera no dia 28 em manifestação contra as reformas estão sendo acusados por incitação ao crime, incêndio criminoso e explosão. Os fundamentos das prisões são nitidamente políticos.
O delegado considerou como “incitação” as palavras de ordem dirigidas pelos militantes contra o Governo Temer, as reformas trabalhistas e previdenciária. Luciano está sendo acusado pela suposta prática de incêndio, quando na verdade nenhum pneu chegou a ser queimado na pista ao longo desta manifestação, que ocorreu na Radial Leste.
Importante mencionar que o país vivenciou no dia 28 a maior greve nos últimos trinta anos, tendo ocorrido em todo país milhares de travamentos em avenidas, estradas e rodovias. Não há notícias de manifestantes presos. O fato só evidencia portanto a desproporção e ilegalidade da prisão.
Juraci e Ricardo, por sua vez, estão sendo falsamente acusados de explosão pois teriam atirado rojões na direção dos polícias. A única “prova” que fundamenta esta versão é a palavra dos próprios policiais. Apesar de os polícias terem vasculhado todo o local, entrado de maneira ilegal na Paróquia de um Padre e averiguado o carro de Juraci a procura de provas, nenhum rojão foi encontrado. Um vídeo apresentado pela defesa dos militantes demonstra ainda que o ato corria pacificamente no momento em que os policiais decidem atirar bombas contra os manifestantes.
Não há, portanto, nenhuma prova que confirme a acusação dos polícias. Tampouco de que apenas por serem militantes de movimentos sociais representam algum tipo de ameaça à ordem pública, argumento típico de regimes de exceção. A prisão de Juraci, Luciano e Ricardo é uma forma de transformar a luta contra o governo gemer e as Reformas Previdenciária e Trabalhista em crimes. Liberdade imediata aos presos políticos da Greve Geral!
Os protestos estamos vendo em todo o mundo. Faz parte e é necessário para a vida humana associada.Agora baderna e quebra quebra.anula completamente os efeitos desejados.