As últimas pesquisas, que expõem dificuldades persistentes do governo, revelam: sair do lamaçal exigirá um cavalo de pau. Não uma mera mudança no guarda-roupa, mas mudança de bairro. Acenar para a direita é morrer na praia
Nas eleições deste ano, marcas de um declínio. Um projeto de desenvolvimento peculiar, e um estilo intimista de debate público cedem lugar à ausência de propostas, aos gestos bizarros e à agressividade. Seria um espelho do Brasil?
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica está muito aquém da meta. Investimentos são essenciais, mas também abandonar pedagogias obsoletas, como “decorebas”, valorizar afetos e estimular a crítica. Este é o indicador de qualidade para o século XXI
A crise climática será central nos diálogos que podem construir um programa de desenvolvimento urbano no país. Outros quatros temas exigirão propostas urgentes. Entre eles o envelhecimento da população, que demandará a readequação dos serviços públicos
Uma grave regressão política marca os municípios brasileiros. Com investimento público em queda e dependentes de emendas parlamentares, gestões sem viço sepultaram inovações dos anos 1980 e 90 e rendem-se cada vez mais ao fisiologismo e aos partidos-carteis
Os limites da “Janela de Overton” foram esgarçados desde 2015. Como resposta, a esquerda autorizou-se a um amálgama estranho, que tolera Arthur Lira e abre espaço para aberrações. As mulheres que saíram às ruas na noite de quinta-feira são alento
Em algumas capitais e regiões de grandes indústrias, mais de 50% da população recorre à saúde privada. Por isso, reajustes e cancelamentos abusivos são problemas nacionais. É urgente regular o setor – sem perder de vista a luta pelo SUS
Nos últimos anos, um setor das forças progressistas se institucionalizou ainda mais enquanto a ultradireita tornou-se mobilizadora. Isso cria anomalias: ganhar eleições passa a ser “sabedoria política” – e projetos de país são implodidos pela burocracia e fisiologismos
O esquema de Artur Lira: articular prefeitos fisiológicos e deputados do baixo clero com a pauta do grande capital. O risco: avanço da direita em 2024 e um Congresso piorado em 2026. A alternativa: projetos de transformação local, apoiados nas mulheres e jovens