Não há dinheiro, afiança Guedes. Mas torra recursos do Tesouro, com mais R$ 325 bi a mais em caixa, dará prioridade a bancos — não aos R$ 600. Revogar EC 95 poderia ser caminho, mas ministro só pensa naquilo: reduzir gastos públicos
Pandemia e crise econômica avassalam o país, mas as quatro maiores instituições financeiras fecharam o semestre com lucro de R$ 26 bilhões. Na origem do “sucesso”, décadas de privatização das finanças públicas conduzida por amigos como Guedes
Enquanto cai, em todo o mundo, o dogma segundo o qual os governos não podem gastar, economistas brasileiros defendem ortodoxia de Paulo Guedes e sugerem: esse é momento para mais cortes, em salários de servidores e serviços sociais
Mito da austeridade naufraga até entre setores conservadores. Para reverter catástrofe, campo popular oferece alternativas inovadoras que vão da Renda Básica à emissão de moedas para gerar empregos. Primeiro passo: revogar o teto de gastos
Reforma Tributária pode gerar primeiro embate: por um lado, presidente precisará arrecadar recursos para obras e programas sociais — e assim ter chances em 2022. Ministro, ferrenho defensor da “austeridade fiscal”, cederá?
Tributo não é raiz das misérias da população – ao contrário, poderia gerar a ela vida digna. No Congresso, diversas propostas de reforma, como a de Guedes, visam dar nova roupagem às injustiças – e salvar quem deveria ser mais taxado: o 0,1%
Há duas saídas, no pós-pandemia. Governo aposta na “disciplina fiscal”: retarda ações em Saúde, ataca o Fundeb, quer privatizar a rodo. Esquerda precisa propor caminho oposto: investir pesado no serviços públicos; para isso, anular já a Emenda 95
Em meio à crise, apoio ao presidente despenca. Mas capital financeiro e militares ainda escoram governo, amortecendo turbulências. Centrão é convidado compor o grupo e evitar impeachment. O político antissistema vai sendo desmascarado…
Ministro insiste na “austeridade” e planeja vender, mesmo a preços irrisórios, “umas quatro grandes” estatais — Correios são obsessão da vez. Quer reeditar negociatas do governo FHC, que pilharam patrimônio nacional e encareceram serviços
Em todo o mundo, cresce a ideia de que, para sair da recessão, Estado terá que aumentar gastos públicos para retomar o crescimento. Já no Brasil, elites podem até rifar Bolsonaro, desde que programa destruidor de Guedes saia incólume…