Megalópolis conecta a história de dois impérios (Roma Antiga e EUA de hoje) que desmoronam por sua ambição desmedida. Do ultradireita à brutalidade de césares-gângsteres, é um deslumbrante delírio – carregado de referências estéticas – de um grande cineasta
Em novo filme, cineasta encara o tema da doença e da morte com profundo humanismo, sem jamais perder seu humor maroto. E ressalta a beleza da libertação moral e das relações de afetos, onde a amizade pode transcender o amor erótico ou romântico
Ainda estou aqui narra uma tragédia – de uma mulher, de uma família, de um país, atingindo uma poesia audiovisual notável. O terror da ditadura que abate a casa dos Paiva adquire um tom universal – é a vida de cada um de nós triturada pelo autoritarismo
Morte e superação nas telas, sem clichês. Até que a música pare aborda o drama de um casal de idosos após a perda do filho. Com a luz outonal da serra gaúcha, equilibra os dilemas espirituais e o contexto sócio-político de fake news, corrupção e uso oportunista da religião
Uma estrela da “aeróbica de TV”, demitida em favor de uma dançarina mais jovem, embarca num experimento científico radical. A Substância aborda a utopia da eterna juventude entre o drama e a sátira, e tenta ser um líbelo feminista, às vezes com certo exagero
Um homem e uma mulher que não se bicam, mas acabam se apaixonando. Mais que uma comédia romântica, O dia que te conheci é uma observação dos seres, das coisas e dos lugares, onde a simplicidade esconde uma riqueza humana insuspeitada
Prisão nos Andes retrata o cotidiano de militares chilenos que foram punidos pelos crimes da ditadura. Num cárcere-spa, mantêm seus caprichos e remoem nostalgias dos “bons tempos”, cercados por jovens guardas que os veem num misto de fascínio, raiva e submissão
Beetlejuice, a fábula do pós-vida de Tim Burton retorna como uma feroz comédia autoirônica. Sátira atinge um pouco de tudo: o turismo descerebrado, o mercado de arte, a insanidade da internet – numa estética do excesso e da fantasia exacerbada
Em cartaz, dois documentários celebram a negritude do Brasil moderno. Um aborda a trajetória de Grande Otelo, artista que estendia pontes entre o sofisticado e o popular. Outro, o Movimento Black Rio que, nos anos 70, agitou a juventude periférica do RJ
Livro de memórias do cineasta alemão revela as fronteiras permeáveis entre sua vida e obra. São histórias saborosas (e assustadoras) de bastidores, além de seu gosto pelas situações-limite: a selva delirante, o frio arrebatador, os loucos, os solitários irredutíveis…