Prefeitura de SP diz que vai investigar e punir coerção a moradores de rua
Publicado 02/06/2016 às 23:23
“Ações de cuidado com a cidade não justificam recolhimento de pertences”, diz assessoria de Fernando Haddad, em resposta a acusações do padre Julio Lancelotti
Por Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)
Há dois dias o blog publicou o seguinte artigo: “Haddad vai continuar tirando os cobertores da população de rua?” Baseado em informações do padre Julio Lancelotti (e confirmada por várias outras fontes) de que a Guarda Civil Metropolitana age há vários anos – desde as gestões de Gilberto Kassab e José Serra – com violência contra moradores de rua, retirando deles cobertores, as barracas de camping e outros pertences, como alimentos e até remédios.
Em resposta, a assessoria de imprensa da prefeitura enviou a seguinte nota, que republicamos na íntegra:
Nota sobre ações junto à população de rua
A Prefeitura de São Paulo entende que as pessoas em situação de rua vivem em condições de extrema vulnerabilidade econômica e social e necessitam de todo cuidado e respeito. Dessa forma, as políticas de garantia dos direitos humanos devem ser fortalecidas para possibilitar-lhes um atendimento digno.
A Prefeitura lembra ser sua responsabilidade cuidar da organização do espaço público da cidade, todavia, estas ações devem ser cuidadosamente planejadas e executadas para que não violem direitos nem haja abuso contra qualquer cidadã ou cidadão presente no local.
O diálogo deve ser o principal instrumento de abordagem. Não se admite, em hipótese alguma, atitudes coercitivas que violem a integridade física e moral.
As ações de cuidados com a cidade não podem justificar o recolhimento de bens e pertences pessoais, como documentos, cartões, medicamentos, mochilas, roupas, cobertores e instrumentos de trabalho. Tais condutas serão apuradas e as devidas sanções administrativas serão aplicadas aos seus autores.
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