Butantan fecha acordo para desenvolvimento de vacina antirrábica
• Butantan vai fabricar vacina antirrábica de mRNA • Quanto o Brasil pagará pelo lenacapavir? • Para reduzir vício em bets • E MAIS: planos de saúde; vacinas nos EUA; COP do Tabaco; saúde yanomami •
Publicado 05/12/2025 às 17:12

O Instituto Butantan fechou acordo com a Replicate Bioscience, empresa estadunidense, para o desenvolvimento e comercialização de uma vacina antirrábica – uma nova PDP. O imunizante será baseado na tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), e terá uso para profilaxia pré e pós-exposição.
Segundo o Instituto, em um estudo clínico de fase 1, foi observada ótima imunogenicidade, com bioatividade duradoura em baixas doses, acompanhada de reatogenicidade leve/moderada, em contraste com outras tecnologias de vacinas de mRNA.
O desenvolvimento do imunizante chamado RBI-4000 será financiado pelo Butantan, que terá direitos comerciais no Brasil e América Latina. A Replicate terá direito a royalties sobre as futuras vendas do produto pelo Butantan, mantendo os direitos sobre o RBI-4000 em outros mercados. Além disso, ambas instituições compartilharão os dados gerados ao longo da parceria.
HIV: Ministro da Saúde comenta disputa por lenacapavir
No Dia Mundial da Luta Contra a Aids, o ministro Alexandre Padilha comentou o fato de o Brasil ter ficado de fora das negociações para comprar por um preço menos exorbitante do novo e promissor medicamento contra o HIV. “Nós participamos com pacientes, com pesquisadores, com instituições brasileiras, com todo o apoio do do nosso programa, da avaliação e estudo clínico sobre essa medicação”, lembrou. Desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Gilead, o lenacapavir demonstrou uma capacidade de prevenir o HIV de quase 100% quando utilizado como PrEP (Profilaxia Pré-Exposição).
A solução inicial apresentada por Padilha é a transferência de tecnologia da Gilead para o Brasil – estratégia que vem sendo adotada pelo governo para desenvolver a indústria da saúde brasileira, questionada por pesquisadores. Mas ativistas defendem também o caminho do licenciamento compulsório: “É preciso que a gente invista no nosso parque industrial nacional, invista no desenvolvimento de novas tecnologias no campo da prevenção e que considere sim o licenciamento compulsório e a quebra de patentes”, defendeu Carla Almeida, Articulação Nacional de Luta contra a Aids, à Agência Brasil.
Ferramentas de combate ao vício em bets
Os danos à sociedade causados por jogos de azar e apostas online já chega a R$ 38,8 bilhões, aponta estudo inédito “A saúde dos brasileiros em jogo”. Os danos em questão são estimados considerando as perdas econômicas e sociais ao país como suicídios, desemprego, gastos com saúde e afastamento do trabalho.
Com isso, uma iniciativa interministerial entre a Saúde e a Fazenda foi lançada, com ferramentas para a prevenção de vício ou compulsão por jogos. A rede pública passa a ofertar, a partir de fevereiro de 2026, teleatendimentos em saúde mental com foco em jogos e apostas, por meio de parceria com o Hospital Sírio-Libanês. Além disso, será implementada uma plataforma de autoexclusão que, a partir do dia 10 de dezembro, permitirá ao apostador solicitar seu bloqueio e a indisponibilidade de seu CPF para novos cadastros ou para o recebimento de publicidade das bets.
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Reajustes de planos de saúde
No ano de 2025, o aumento médio nos planos coletivos de assistência médico-hospitalar caiu de 13,19% para 11,15%, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A queda ocorre após dois anos de aceleração dos custos do setor. Entenda.
Credibilidade das vacinas
Conselheiros do secretário de saúde americano RFK Jr. parecem dispostos a fazer mudanças no calendário de vacinação infantil. Membros do grupo, chamado Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização, foram escolhidos a dedo por Kennedy, que há muito tempo faz campanha contra as vacinas infantis. Confira as possíveis consequências.
COP do Tabaco
Com avanços na pauta ambiental e sem acordo sobre cigarros eletrônicos nem sobre as diretrizes regulatórias dos ingredientes de produtos fumígenos, chegou ao fim a COP do tabaco. Veja o que foi tirado.
Saúde da mulher yanomami
Projeto da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais busca fortalecer o cuidado à saúde de mulheres e crianças yanomami na floresta, com foco no pré-natal, parto e pós-parto. Confira o Guia de atenção ao pré-natal na terra indígena Yanomami.
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