A importância de priorizar a Estratégia de Saúde da Família
• Estratégia de Saúde da Família • Casos de cólera aumentam • E MAIS: Ozempic em disputa; vacina contra HPV; parcerias para saúde na América Latina; drogas e poluição •
Publicado 15/09/2025 às 12:43
Como celebração dos 35 anos da lei orgânica do SUS, a Folha publica algumas reportagens sobre como funciona o sistema de saúde brasileiro. A mais recente trata da Estratégia de Saúde da Família (ESF), parte da Atenção Primária. As equipes da Saúde da Família são formadas por pelo menos um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e um agente comunitário de saúde. A estratégia hoje cobre 70% do território nacional, com variações regionais: 82% no Nordeste, 73% no Norte, 71% no Sul, 66,5% no Centro-Oeste e 61,32% no Sudeste. A ESF, criada em 1994, reduz a mortalidade infantil e por doenças cardiovasculares. Equipes multiprofissionais atuam como porta de entrada do SUS, especialmente em regiões com vazios assistenciais.
A reportagem também trata das tentativas de desmonte da ESF. Foi o caso do programa Previne Brasil, implementado em 2020 pelo governo Bolsonaro, que alterou a alocação de recursos da atenção primária. Substituiu o Piso da Atenção Básica (PAB) e descontinuou o financiamento federal para os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf). Entre 2016 e 2022, houve aumento real nos recursos totais, mas majoritariamente via emendas parlamentares. Ainda hoje, especialistas apontam estagnação orçamentária e dificuldade de fixar médicos em locais remotos como desafios.
Cólera segue em alta
As mortes por cólera cresceram pelo segundo ano seguido, aponta um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2024, o mundo registrou 6 mil óbitos ligados a esta doença prevenível e tratável – 50% a mais que em 2023, sinal de um retrocesso bastante significativo. Também houve uma alta de 5% nos casos de cólera.
Outros dados divulgados pela agência de saúde das Nações Unidas ilustram a gravidade do momento. Em um ano, o número de países que registrou casos da doença aumentou de 45 para 60. Além disso, 98% das notificações se concentram nas regiões do Oriente Médio, Ásia e África. Neste último continente, a taxa de mortalidade subiu de 1,4% para 1,9%, com muitos óbitos ocorrendo longe de equipamentos de saúde. No comunicado, a OMS frisou a importância de reforçar medidas para conter o surto, em especial a vacinação contra o cólera, promovida com um imunizante recentemente desenvolvido.
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Vacina contra HPV
O Ministério da Saúde ampliou até dezembro a mobilização para vacinar adolescentes com idade entre 15 e 19 anos contra o HPV. A meta é alcançar cerca de 7 milhões de jovens que perderam a imunização na idade recomendada. Saiba mais sobre a estratégia.
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Ecstasy e poluição marinha
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