A estagnação do saneamento privatizado
• Marco Legal do Saneamento • Álcool e seus males à economia • Diagnósticos de câncer de colo de útero • E MAIS: Enamed; Norte Conectado; Museu da Vida; enchentes no Paquistão •
Publicado 20/08/2025 às 12:51
Cinco anos depois da vigência do Marco Legal do Saneamento Básico, o Brasil não apresentou uma evolução significativa nos indicadores de saneamento. Há, ainda, cerca de 34 milhões de pessoas que não acessam sistemas formais de água e mais de 90 milhões sem coleta de lixo e tratamento de esgotos. Os dados, que são do estudo Avanços do Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil de 2025, coordenado pelo Instituto Trata Brasil e divulgado nesta terça-feira (19). demonstram inclusive recuos na oferta de serviços como o atendimento de água.
Em coluna para o Outra Saúde, Tamara Zambiasi, integrante do Observatório dos Direitos à Água e ao Saneamento, explica que os resultados práticos do Marco Legal já indicavam, em 2024, estar longe do esperado. “Apesar do aumento da presença de empresas privadas no setor, os avanços na universalização dos serviços permanecem insignificantes. Mantendo-se o ritmo atual, a universalização completa só seria alcançada em 2070”, disse ela. Enquanto gigantes do saneamento básico lucram como nunca e a privatização segue a todo vapor, alternativas à privatização, como o fortalecimento de estatais e políticas públicas mais inclusivas, são necessárias para que se cumpram os objetivos do Marco Legal.
Redução no consumo de álcool pode beneficiar economia da saúde
Na mesma semana em que foi divulgada pesquisa indicando um aumento de quase 100% do consumo excessivo de álcool por mulheres, relatório preliminar do pesquisador da Fiocruz, Eduardo Nilson, indica que, se os brasileiros reduzissem em 20% o consumo de álcool, mais de 10 mil mortes poderiam ser evitadas todos os anos. Além disso, dessa forma o Brasil também evitaria, anualmente, o equivalente a R$ 2,1 bilhões em perdas de produtividade associadas às mortes prematuras, o que equivale a 58% do orçamento do Farmácia Popular em 2024.
O relatório corrobora outros estudos que mostram que gastos diretos com hospitalizações e procedimentos ambulatoriais para tratar problemas de saúde relacionados ao uso de álcool custam ao SUS R$ 1,1 bilhão por ano. Contudo, para que haja uma diminuição do consumo de álcool no país, é preciso reforçar o conjunto de medidas que contribuam para isso, considerando informação à população, restrição de pontos e horários de venda e consumo, controle da publicidade e aprimoramento da rotulagem.
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