Acervo de banco de cérebros da USP é um dos mais diversos do mundo
• Banco de cérebros da USP • Vacinas de mRNA na mira de Trump • Semaglutida e liraglutida produzidas na Fiocruz • E MAIS: jovens e vapes; relatório da Opas sobre cooperação; psicodélicos de bilhões •
Publicado 08/08/2025 às 18:43
Para estudar melhor as causas e características das demências no Brasil, pesquisadores do Biobanco para Estudos do Envelhecimento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) construíram, ao longo de 21 anos, um acervo com mais de cinco mil cérebros de brasileiros. Em entrevista ao Estadão, suas coordenadoras apresentam alguns dos resultados mais significativos já obtidos pela iniciativa.
De acordo com Claudia Suemoto, diretora do banco de cérebros e professora da FMUSP, cerca de 60% das famílias abordadas aceitam fazer a doação. Em outros bancos de cérebro ao redor do mundo, a taxa de aceitação fica entre 20% e 39%. Graças à generosidade dos parentes, a FMUSP tem hoje um dos biobancos mais diversos do mundo, já que na Europa e nos EUA, onde estão os maiores acervos, a maioria dos encéfalos é de idosos já diagnosticados com demência, brancos e com alta escolaridade. No Brasil, a maior parte são pessoas sem perda cognitiva com média de quatro anos de estudo, além de 31% de pessoas pretas ou pardas.
Negacionismo do governo Trump tem nova vítima: as vacinas de mRNA
Segundo anúncio do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês) na última terça-feira (5), o secretário de Saúde dos EUA, Robert Kennedy Jr., cancelou quase US$ 500 milhões em subsídios e contratos para o desenvolvimento de vacinas de RNA mensageiro. Os novos cortes, em mais um ataque à pesquisa que utiliza esse tipo de tecnologia, preocupam os cientistas, cuja maioria considera as vacinas de mRNA como a melhor opção para proteger os norte-americanos em uma pandemia.
O secretário dos EUA já chegou a chamar as vacinas contra a covid de “as mais mortais já feitas”, estimulando o ceticismo de milhares de cidadãos. No que diz respeito à eficiência de vacinas de mRNA, ainda na terça-feira, ele afirmou que as vacinas de mRNA não protegem contra doenças respiratórias e que uma única mutação em um vírus torna a vacina ineficaz – alegações eminentemente falsas e sem comprovação científica.
Fiocruz e EMS fecham acordos para combater diabetes e obesidade
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), e a farmacêutica EMS firmaram, na última quarta-feira (6), dois acordos de parceria inéditos para produção de liraglutida e semaglutida, em evento em Brasília. Os acordos estabelecem a transferência da tecnologia da síntese do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e do medicamento final para Farmanguinhos.
Carlos Sanchez, presidente da EMS, afirmou que este é um marco histórico para a farmacêutica e para a indústria do setor no Brasil. “Desenvolver, registrar e produzir medicamentos de alta complexidade com tecnologia 100% nacional, e agora transferi-la à Fiocruz, reafirma nosso compromisso com a inovação”, disse ele.
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Alta adesão de jovens aos vapes
Estudos apontam um aumento da dependência de adolescentes e jovens nos cigarros eletrônicos. O grupo tem se consolidado como pacientes em busca de tratamento para o vício nos chamados “vapes”. Veja o que diz cada pesquisa.
Cooperação técnica em saúde nas Américas
A Opas apresentou os relatórios anuais por país de 2024, que reúnem os principais resultados da cooperação técnica realizada em colaboração com os governos e parceiros estratégicos das Américas. O que dizem os relatórios?
Big Pharma vai investir em psicodélicos?
Semana passada, a Bloomberg noticiou que o laboratório AbbVie está para fechar a aquisição da Gilgamesh, empresa desenvolvedora de medicamentos psicodélicos que teria seu valor alçado a cerca de US$ 1 bilhão na transação. No que isso pode resultar?
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