Dengue avança no Sul, com ondas de calor

• Clima e avanço da dengue • Outra razão para maior taxação do cigarro • E MAIS: vagas em residência médica, clima e produção de alimentos, bioeconomia na Amazônia, aborto proibido e sofrimento •

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No Rio Grande do Sul, a epidemia de dengue já cresce em ritmo semelhante aos primeiros meses da epidemia de covid-19, em 2020. Antes o clima ameno do estado mantinha o número de casos baixo. Hoje, a doença se espalha em ritmo preocupante: foram 15.643 casos e oito mortes até o dia 8 de maio, registra a CNN Brasil. Em entrevista ao jornal, o pesquisador do Laboratório Clima e Saúde do Icict/Fiocruz, Diego Ricardo Xavier, explica que a ampliação da dengue no RS está diretamente ligada às mudanças climáticas: “Agora, além de estar se deslocando para regiões subtropicais, ela está subindo as montanhas”.

De acordo com plataforma do Governo Federal que mede vulnerabilidade das cidades à mudança do clima, metade delas deve apresentar risco “alto” ou “muito alto” para doenças como dengue, zika e chicungunha até 2030. Também estão deixando de existir as chamadas “temporadas” de dengue, que se concentravam nos meses do verão. De acordo com o observatório do Icict, os últimos três anos registraram surtos ininterruptos da doença. Um estudo da Universidade de Stanford calcula que o aquecimento global responde, hoje, por 19% das infecções de dengue do mundo.

Mais taxas sobre o fumo, menos óbitos infantis

Uma pesquisa internacional realizada em 94 países de baixa e média renda, incluindo o Brasil, sugere que impostos sobre o cigarro diminuem a mortalidade infantil, noticia a Agência Brasil. O estudo, publicado no periódico científico The Lancet, indica que a correlação entre os fatores reside no fato de que a exposição ao tabaco, seja no útero materno ou de forma passiva na infância, causa cerca de 200 mil óbitos anuais de crianças menores de 5 anos. 

A experiência histórica revela que o aumento da taxação é uma das medidas de controle com maior êxito na redução da proporção de fumantes na população do país – e, consequentemente, na diminuição da exposição das crianças à fumaça. No entanto, a pesquisa sublinha que a alíquota de impostos sobre o cigarro sugerida pela OMS, de 75% do valor do varejo, só é seguida por 10 dos 94 países analisados. O Brasil já impõe uma porcentagem superior à recomendada – mas o preço mínimo do produto não acompanha a inflação dos últimos anos, o que pode reduzir a eficácia da medida.

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Ministério da Saúde incentiva criação de programas de residência

Em um contexto de falta de vagas em residência médica no Brasil, o Ministério da Saúde lançou, nesta terça-feira (13), um edital que visa incentivar a criação de novos programas de residência em áreas da saúde. O objetivo é ampliar a formação profissional de qualidade em regiões com menor cobertura assistencial, tendo em vista a desigual distribuição de médicos especialistas pelo país. Saiba mais aqui.

Comerciantes sentem os impactos da crise climática

Já se sabe que a crise climática tem afetado diretamente a produção alimentícia no Brasil, gerando impactos como perdas de safras, redução da produtividade agrícola e preços elevados. Mas como os trabalhadores autônomos, que estão na ponta do setor, têm vivenciado esses efeitos? Leia a reportagem do Periferia em Movimento.

Caminhos para o desenvolvimento de uma bioeconomia na Amazônia

Um estudo recente investigou a governança da política pública em bioeconomia no Estado do Amazonas, analisando sua estrutura e arranjos de implementação. O objetivo foi compreender como uma política pública na área se relaciona com os esforços locais, bem como identificar formas de aprimorar a sua efetividade. Veja os resultados.

Restrições ao aborto e saúde mental 

Um novo estudo, publicado nesta segunda-feira (12), sugere que lei instaurada no Texas em 2021, que restringiu o acesso ao aborto com o critério de que ele só poderia ser realizado antes que fosse possível detectar atividade cardíaca do feto, deixou texanos – homens e mulheres – mais aflitos. Saiba mais sobre os dados.

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