A destruição da saúde libanesa, em números
• Israel arrasa saúde no Líbano • Produção de vacina contra a dengue na Fiocruz • Números revelam o bloqueio do aborto legal em SP • Crimes sexuais contra pacientes • Variante XEC da covid • Nova variante do oropouche em investigação •
Publicado 18/10/2024 às 10:18 - Atualizado 18/10/2024 às 10:21
Em comunicado desta quarta-feira (16), a Organização Mundial da Saúde (OMS) reiterou suas críticas à destruição da saúde do Líbano por Israel. O pronunciamento traz dados atualizados sobre os danos causados à infraestrutura sanitária do país árabe. Os 23 ataques israelenses a equipamentos de saúde libaneses registrados desde a escalada do conflito no mês passado já causaram a morte de 72 trabalhadores e pacientes. Devido à invasão de tropas de Israel, 100 dos 207 centros de atenção primária da região sul do Líbano tiveram que ser fechados. 10 hospitais foram total ou parcialmente evacuados, por conta de “danos estruturais ou proximidade a áreas de bombardeio intenso”. Pacientes oncológicos ou em diálise precisaram ser deslocados de forma emergencial para outras partes do país, onde os hospitais já estão superlotados devido ao grande número de vítimas da guerra. “Os ataques estão debilitando o sistema de saúde e o impedindo de continuar a funcionar”, alertou o diretor regional da OMS Hanan Balkhy, que também pediu um cessar-fogo.
Fiocruz pede autorização para produzir Qdenga
Como noticia a Agência Brasil, a Fiocruz oficializou um pedido ao Ministério da Saúde para produzir uma vacina contra a dengue no Brasil, a Qdenga. A fabricação do imunizante será viabilizada através de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com a Takeda, farmacêutica japonesa que o desenvolveu. A Qdenga é a vacina que vêm sendo utilizada no país desde o ano passado, quando foi aprovada pela Anvisa. Apesar disso, as remessas contratadas pelo MS e enviadas pela Takeda não chegaram nem perto de cobrir a demanda da população brasileira, e os esforços de imunização acabaram sendo bastante limitados. O plano de fabricar a Qdenga no Brasil responde à necessidade de ampliar a vacinação nos próximos anos. Para além da proposta de PDP da Fiocruz, o Instituto Butantan também está desenvolvendo uma vacina brasileira contra a dengue. A expectativa é de que seu pedido de registro seja feito à Anvisa ainda em 2024.
DataSUS: Prefeitura de SP está realizando menos aborto legal
Apesar de muita negação da parte da gestão de Ricardo Nunes (MDB) nos últimos meses, as informações do DataSus publicadas pela Folha demonstram claramente: caiu drasticamente o número de internações por aborto legal em equipamentos de saúde sob a responsabilidade da Prefeitura de São Paulo. Se no ano passado os hospitais municipais realizaram 29% dos procedimentos de aborto legal na cidade, os dados compilados até julho desse ano apontam que essa cifra caiu para 15% em 2024, além de ter diminuído em números absolutos de 158 para 43. O marco para a redução drástica foi a suspensão ilegal do serviço no Hospital da Vila Nova Cachoeirinha, antes considerado de referência. Especialistas consultados pelo veículo paulistano avaliam que a queda pode indicar que as pacientes não estão sendo encaminhadas de forma correta nos equipamentos municipais. Mais grave: entidades ligadas à defesa dos direitos reprodutivos revelam que já evitam encaminhar mulheres para os hospitais do município.
PL sobre crimes sexuais contra pacientes tramita no Senado
Uma proposta que aumenta a punição para crimes sexuais cometidos por profissionais de saúde em função foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal nesta quarta-feira, informa a Agência Senado. O PL 1.998/2022, proposto pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), cobre os casos de crimes contra “paciente em situação de atendimento, procedimento ou tratamento clínico ou hospitalar”, fazendo crescer em até 50% a pena daqueles que forem condenados. A grande visibilidade midiática de casos recentes de estupro e assédio cometidos por médicos e outros profissionais em hospitais, alguns deles filmados por câmeras de segurança, provavelmente impulsionou a aprovação do PL. Outros três projetos de lei foram protocolados no Congresso Nacional com o mesmo tema só nos últimos cinco anos.
Nova variante da covid é detectada no país
Casos de covid-19 associados à variante XEC foram registrados em três estados do Brasil, conta a Folha. Identificada pela primeira vez em maio deste ano na Alemanha, esta nova mutação do coronavírus é considerada uma “variante em monitoramento” pela OMS. Em nosso país, desde setembro, dois casos foram notificados em Santa Catarina, dois em São Paulo e mais dois no Rio de Janeiro, de acordo com as secretarias de saúde estaduais. Apesar de indícios de maior transmissibilidade, a variante XEC não parece causar quadros clínicos de maior gravidade, o que leva especialistas a avaliarem que ela não deve ser objeto de preocupação para o conjunto da população. Apesar disso, eles frisam a necessidade de dar continuidade ao trabalho de vigilância epidemiológica.
Cientistas investigam causas do último surto de oropouche
Um artigo publicado ontem (17) no periódico científico The Lancet Infectious Diseases traz novas informações sobre o surto de febre oropouche dos últimos dois anos no Brasil, noticiou a Science. O estudo epidemiológico aponta que há indícios de que o aumento súbito nas infecções se deve a mutações no vírus – a nova variante se replica com muito mais eficácia. Além disso, as mudanças genéticas sofridas pelo agente patogênico foram significativas a ponto de permiti-lo infectar novamente pessoas que já haviam contraído oropouche. Os casos de microcefalia associados à doença viral também levaram os pesquisadores a reexaminar bebês que haviam nascido com a anomalia na região da Amazônia em anos anteriores: 3 das 65 crianças avaliadas possuíam anticorpos para o vírus da oropouche, o que sugere que sua capacidade de causar danos ao feto é mais antiga do que se imaginava. O grupo acredita que a febre seguirá se disseminando pelas Américas.