Eleições do CFM se encerram hoje

• Último dia para eleger representantes do CFM • Greve na Fiocruz e suas reivindicações • OMS analisa quais patógenos podem causar pandemias • Cooperação Brasil-Chile • Israel ataca saúde também da Cisjordânia • Adeus a Chicão •

Foto: Minas Muda CFM
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Hoje, dia 7 de agosto, é o último dia das eleições para o Conselho Federal de Medicina (CFM). Como destacou Outra Saúde em reportagem recente, o pleito poderá ser decisivo para pôr a autarquia a serviço da saúde pública e afastá-la de sua atual orientação negacionista. Além disso, o êxito das chapas comprometidas com a ciência e a democracia poderá retirar das mãos da extrema-direita um aparato que ela tem utilizado para financiar seu fanatismo ideológico – bem como para locupletar-se com dinheiro público. Enquanto fórum que reúne entidades que defendem o SUS e a saúde pública, a Frente Pela Vida difunde uma lista das chapas que “defendem a ampla renovação do CFM”. Nela, constam postulantes comprometidos com pontos como a defesa incondicional do SUS, o retorno do CFM ao Conselho Nacional de Saúde, a defesa da ciência, a criação da carreira única nacional para os médicos e a redefinição dos critérois para a abertura de cursos de medicina. A lista pode ser conferida aqui.

Em carta, Fiocruz pede que Lula apoie reivindicações de seus servidores

A diretoria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entregou uma carta a Lula pedindo que o presidente atenda às reivindicações dos trabalhadores da instituição, noticiou a Agência Fiocruz. Os quase trinta firmantes da missiva destacam o papel decisivo que a Fiocruz e seus servidores tiveram no enfrentamento à pandemia e terão na expansão do complexo econômico-industrial da saúde. Contudo, eles lamentam que a proposta final de reajuste apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) “não é compatível com as exigências e expectativas que o próprio governo tem colocado para a instituição, tampouco considera nossas perdas salariais que já superam 60% desde 2010”. Paulo Garrido, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN), conta a Outra Saúde que, como parte da mobilização, os servidores estarão em greve nos dias 7 e 8 de agosto. “As propostas que apresentamos na negociação com o Governo Federal tem base em estudo do Dieese e continuamos trabalhando por um acordo à altura da importância que a Fiocruz tem para a sociedade. Embora nossa contribuição para o SUS seja reconhecida até em nível internacional, o MGI continua com uma posição irredutível”, ele aponta.

Dengue pode ser causadora da próxima pandemia, sugere OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou na semana passada sua lista de “patógenos prioritários”, aqueles que se considera que podem causar as próximas pandemias. O relatório da agência que inclui a lista é publicado desde 2017 – e sua nova edição de 2024 inclui mais de 30 vírus e bactérias avaliados como altamente transmissíveis e contra os quais há baixo acesso a vacinas e tratamentos. Entre os microrganismos “estreantes” no documento estão os vírus da mpox, da dengue e da influenza A. Os subgêneros dos sarbecovírus e dos merbecovírus, que incluem, respectivamente, os patógenos causadores da covid-19 e da MERS, agora estão incluídos por inteiro na lista, quando antes constavam apenas membros específicos destes grupos. O documento da OMS destaca a “necessidade crítica” de “esforços colaborativos” e de “investimentos em pesquisa em pesquisa, desenvolvimento e inovação” no enfrentamento dessas possíveis ameaças à saúde pública global.

Ministras da Saúde do Brasil e do Chile promovem cooperação

Um memorando de cooperação Brasil-Chile em saúde foi assinado nesta segunda-feira (5/8) pelos dois países, como parte da visita do presidente Lula à nação sul-americana governada por Gabriel Boric. O objetivo do documento, segundo nota publicada no site do Ministério da Saúde (MS), é “ampliar colaborações já existentes e promover novas ações que sejam reconhecidas mutuamente como benéficas”. A responsável da pasta, Nísia Trindade, participou de reunião no mesmo dia com Ximena Aguilera, sua homóloga chilena – na qual foi acompanhada pelo presidente da Fiocruz, Mario Moreira. A “produção de insumos, vacinas, medicamentos, [a] vigilância frente a emergências em saúde e outros problemas ligados a doenças transmissíveis” serão as principais frentes em que surgirão “resultados” da cooperação reforçada pelo memorando, disse a titular do MS.

Também na Cisjordânia, Israel destrói saúde da Palestina

Um relatório da Médicos Sem Fronteiras (MSF) lançado na terça-feira (6/8) denuncia em detalhes como Israel está restringindo o acesso dos palestinos à saúde na Cisjordânia. Os bloqueios arbitrariamente impostos por soldados israelenses, somados à violência dos colonos que ocupam essa região da Palestina por meio de assentamentos ilegais, estão pondo obstáculos praticamente intransponíveis à movimentação de pessoas e recursos. O cenário na cidade de Hebron e em seu entorno é o foco do relatório. Clínicas públicas estão sendo forçadas a fechar. As farmácias não têm mais remédios para distribuir. As ambulâncias não conseguem chegar aos hospitais devido aos ataques e bloqueios sionistas. Pessoas empobrecidas pela guerra – e que contam aos trabalhadores da MSF terem sido expulsas de suas casas por Israel – cancelam seus planos de saúde, interrompem seus tratamentos médicos e comem mal. O resultado: “um impacto desastroso à saúde física e mental dos palestinos”, diz o grupo humanitário.

O adeus a Chicão, figura histórica da luta pelo SUS

Um “gigante da reforma sanitária”. Assim foi definido o recém-falecido sanitarista Francisco de Assis, o “Chicão”, em nota de pesar do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes), que ele presidiu. Chicão morreu nesta segunda-feira (5/8). Na abertura da plenária da Frente Pela Vida realizada na mesma noite, com transmissão virtual, Sônia Fleury homenageou Chicão relembrando sua trajetória na construção do Sistema Único de Saúde (SUS) e também de seus antecedentes, ainda nos anos 1970. O Instituto de Saúde Coletiva da UFBA destacou seu papel na coordenação do Projeto Montes Claros, na cidade homônima, e do primeiro Plano Municipal de Saúde, em Ouro Preto, iniciativas que contribuíram “para a detalhada operacionalização do SUS”. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que “lamenta profundamente” a partida de “um dos mais respeitados personagens de saúde pública do país”.

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