Cordão da Mentira convida: em 1º de Abril, trajeto Ditadura Nunca Mais
Publicado 27/03/2014 às 12:10
Com samba, batucada e escracho cortejo fará intervenções diante de prédios que simbolizam repressão, no centro de São Paulo
Na terça-feira, dia 1º de abril, data que marca os 50 anos do golpe civil-militar, o Cordão da Mentira volta às ruas, com concentração às 17h30, no Largo General Osório, em frente ao Memorial da Resistência (a sede do antigo Departamento de Ordem Política e Social – Dops).
Por meio de intervenções estéticas e sambas de autoria própria, o bloco carnavalesco contesta e escracha as problemáticas da ditadura civil-militar brasileira (como, por exemplo, a anistia aos torturadores, que nunca responderam por seus crimes de torturas, extorsões etc.), bem como suas implicações na construção de uma democracia, questionando a permanência velada e impune de diversas práticas e procedimentos de opressão criados no período da ditadura.
Durante o trajeto, o desfile do Cordão da Mentira faz intervenções em lugares historicamente emblemáticos, saindo justamente da sede do antigo Dops, um dos principais aparelhos do Estado para controlar e reprimir movimentos políticos e opositores do governo militar e do Estado Novo. Dentre as paradas escolhidas, estão a Praça da República e a rua Maria Antônia – lembrada não apenas como palco de conflito durante a ditadura, mas como espaço de violência e repressão aos manifestantes das jornadas de junho, de 2013.
Este diálogo entre passado e presente é mote determinante do Cordão, que versa e canta sobre temas cruciais para uma real transformação da sociedade brasileira e também reivindica pautas como a desmilitarização da Polícia Militar e o fim da cultura de violência e desrespeito aos direitos humanos que persiste nas favelas, periferias, penitenciárias, aldeias indígenas, no campo e nas ruas.
O Cordão da Mentira convoca a todos para um carnaval e escracho verdadeiramente populares, para ocupar os espaços que são nossos por direito. Nos 50 anos do golpe-civil militar, o Cordão convida todos a lembrarem que o aniversário é deles, mas a rua é nossa.
Cordão da mentira
Composto por diversos coletivos políticos, grupos de teatro e sambistas, o Cordão da Mentira nasceu em 2012 como um coletivo independente, autônomo e suprapartidário. Sua proposta principal foi e continua sendo a realização de intervenções estéticas, no espaço público, que debatam questões políticas do passado e do presente brasileiro, ressignificando pontos emblemáticos da cidade a partir da problematização e do resgate de sua própria história.
O primeiro desfile do grupo foi realizado em 1º de abril de 2012 e teve como tema “Quando vai acabar a ditadura civil militar?”. O percurso das ruas do centro de São Paulo lembrou mortos e desaparecidos na ditadura militar instaurada em 1964 e vítimas da atual violência do estado, como a população da chamada Cracolândia. No dia 29 de setembro do mesmo ano, o Cordão foi novamente às ruas com o desfile “Quando vai acabar o Genocídio Popular?”. Fazendo menção aos incêndios provocados nas favelas, às tentativas de expulsão da população do centro da cidade de São Paulo e aos jovens mortos cotidianamente nas periferias, os sambas e intervenções teatrais pediram mais justiça e reverenciaram movimentos com as Mães de Maio e a Ocupação da rua Mauá.
Links:
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Soundcloud: https://
Vídeos dos desfiles anteriores: https://www.
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Serviço
Último ensaio: 30 de março, a partir das 18h30
ECLA – Espaço Cultural Latinoamericano (Rua da Abolição, 244)
Desfile: 1º de abril, concentração a partir das 17h30.
Largo General Osório (próximo à Estação da Luz, em frente ao Memorial da Resistência)
Contatos
E-mail: cordaodamentira1@